O ativista Wellington Macedo de Souza, de 48 anos, optou por ficar em silêncio na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro nesta quinta-feira (21). Em pronunciamento inicial, ele afirmou que vai colaborar com o colegiado, em outro momento, quando a defesa tiver acesso às investigações contra ele.
Wellington Macedo foi condenado por envolvimento na tentativa de explodir uma bomba nas proximidades do Aeroporto de Brasília, em dezembro de 2022, e foi preso na semana passada no Paraguai.
– Vou colaborar com vocês a partir do momento que os meus advogados tiverem acesso ao autos acusatórios contra essa pessoa que aqui está, que até hoje tem pago o preço tão alto, de tanta humilhação. Quando tiver acesso aos autos, vocês podem me convocar novamente aqui, que vou colaborar com vocês respeitosamente. É só isso que tenho a falar – disse.
A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), fez questionamentos ao jornalista, mas recebeu a mesma resposta citada anteriormente. A postura também foi adotada diante das perguntas de outros parlamentares.
Governistas argumentaram que o advogado de Wellington tem acesso ao processo, inclusive porque ele já foi condenado.
A defesa de Wellington Macedo apresentou um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar impedir o comparecimento dele no depoimento, o que foi negado pelo ministro Luís Roberto Barroso. O magistrado permitiu que o ativista ficasse em silêncio em questionamentos que implicassem autoincriminação.
Wellington Macedo estava foragido da Justiça brasileira até a última quinta-feira (14), quando uma operação conjunta da Polícia Nacional paraguaia com a Polícia Federal (PF) o localizou na Cidade do Leste, no Paraguai. O jornalista foi preso e levado para o Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal.
Ele foi condenado em agosto por participar de uma tentativa de explodir um caminhão-tanque nas proximidades do Aeroporto de Brasília, uma semana antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Outros dois também foram condenados no caso: Alan Diego dos Santos Rodrigues e George Washington de Oliveira Sousa.