A Justiça do Espírito Santo absolveu Lívia Lima Simões Paiva Pereira, jovem acusada de cortar parte da barriga do seu namorado, Gabriel Muniz, que acordou na praia de Guarapari com um corte profundo na barriga.
O caso aconteceu em janeiro de 2022 e ela se tornou a principal suspeita do crime. Mas, de acordo com o juízo da a 2ª Vara Criminal da cidade, não há provas suficientes contra Lívia.
O juiz Edmilson Souza Santos deu o parecer após ter acesso aos depoimentos de 12 testemunhas apresentadas pelo Ministério Público. Com este material, fica impossível dizer que foi a jovem quem cometeu o crime.
– Concluo pela inexistência de provas a consubstanciar um decreto condenatório, não podendo prosperar, portanto, a pretensão punitiva do Estado deduzida na denúncia – disse o juiz.
Há a hipótese de que outra pessoa tenha praticado o crime. As suspeitas contra Lívia se deram por ela estar com as mãos sujas de sangue quando eles acordaram na praia.
Além disso, a jovem apresentava hematomas na cabeça, coxa e mão. Para o juiz, esses sinais não são suficientes para dizer que foi ela quem teria agredido o namorado. De acordo com os médicos ouvidos, os machucados podem ser de ataque ou de defesa.
– Considerando que o acesso ao parque se dá pela portaria, pelas pedras e pelo mar, não se pode afirmar que apenas o casal se encontravam no local do fato. É possível que uma terceira ou mais pessoas estivessem no local, quiçá praticado o crime – diz parte da decisão.
ADVOGADO COMEMORA A DECISÃO
O advogado Lécio Machado, que defende a acusada, comemorou a decisão judicial. Para ele, Lívia também foi vítima de terceiros, pessoas que teriam agredido o casal na praia.
– Ela foi bastante ferida, fato que conseguimos provar nos autos. Também conseguimos provar, através de vídeos, que tiveram pelo menos oito pessoas naquela noite dentro do parque – comentou.
E continuou:
– Até hoje eles namoram, eles estão juntos, ele tá bem de saúde. A revolta é por causa da mídia social que o atacou. As pessoas colocaram ela como uma mulher terrível, uma mulher péssima, alguém que pudesse ter machucado. Mas, na verdade, é uma moça que foi vítima tanto quanto ele e passou quase um ano e meio para a Lívia conseguir provar a inocência dela.