A Universidade de Barcelona identificou o novo coronavírus em amostras de águas residuais coletadas na cidade em 12 de março de 2019. A descoberta indicou que o SARS-CoV-2 já estava presente um ano antes da declaração da pandemia, em 11 de março de 2020, que marcou o início da crise.
O resultado da pesquisa mostrou que o coronavírus circulava muito antes de ser conhecido, segundo um comunicado emitido pela universidade nesta sexta-feira (26).
O governo espanhol declarou o estado de alarme em 14 de março e aprovou medidas severas para restringir a movimentação da população e as atividades sociais e econômicas para conter o contágio.
De acordo com o Ministério da Saúde, na quinta-feira (25) foram reportados três óbitos e 157 novos casos de Covid-19. Ao todo, a Espanha já registrou 28.330 mortes e 247.486 casos.
Os especialistas estudaram semanalmente amostras obtidas de duas estações de tratamento da capital da Catalunha, sob a premissa de que há grandes quantidades de genoma de coronavírus nas fezes.
– Os níveis do genoma do SARS-CoV-2 coincidiram claramente com a evolução dos casos de Covid-19 na população – explicou o coordenador do trabalho, Albert Bosch.
No entanto, ter identificado a presença do vírus antes dos casos demonstra, segundo os pesquisadores, que muitos infectados podem ter sido confundidos com doentes de gripe.
– Identificar a propagação do SArS-CoV-2 com um mês de antecedência teria permitido uma resposta melhor à pandemia – declarou Bosch.