A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal do Trabalho, Empreendedorismo e Inovação (Semtepi), recebeu, nesta terça-feira, 22/8, a visita de sete representantes da Zona Franca de Desenvolvimento Integrado da Barra do Dande (ZFDIBD), que está em processo final de implementação na região de Bengo, na Angola. O encontro foi realizado no Distrito de Micro e Pequenas Empresas do Município de Manaus (Dimicro), localizado no bairro Distrito Industrial 2, na zona Leste.
A Zona Franca de Desenvolvimento Integrado da Barra do Dande, Dande Free Zone, está localizada na Costa Atlântica, na Comuna da Barra do Dande, província do Bengo, e integrada na Reserva Fundiária do Estado. Para a execução efetiva desse projeto, o grupo selecionou a Zona Franca de Manaus (ZFM) e o novo modelo do Dimicro, entre 15 zonas francas globais, para realizar a visita técnica, analisando as boas práticas de gestão.
“É muito gratificante ter o Dimicro como um exemplo a ser seguido na construção de novos polos. Compartilhar boas práticas é algo que vem acontecendo no mundo, e é uma forma saudável de fazer mudanças. O Dimicro ainda vai completar um mês de inauguração e já temos empresas em pleno funcionamento, produzindo e entregando produtos para a zona franca. A Prefeitura de Manaus está aqui dentro, atuando juntamente com essas empresas, e temos a chance de mostrar aos outros países esse modelo de sucesso”, afirmou o titular da Semtepi, Radyr Júnior.
Durante a visita, a comitiva visitou os galpões do Dimicro e acompanhou o processo de fabricação de itens, entre eles: embalagens de papelão, sacos plásticos e peças de ferramentaria. O grupo também conversou com os empresários que ocupam os galpões, para entender os benefícios da incubação e o processo fabril dentro do Dimicro.
Para o diretor de Desenvolvimento e Negócios, Roque de Lima Saraiva, essa é uma ótima alternativa para abraçar os pequenos negócios que abastecem o polo industrial.
“Temos um memorando de entendimento assinado com a Suframa, com o objetivo de partilhar aprendizados, e essa experiência que estamos vivenciando aqui, no Dimicro, é muito interessante, porque consegue captar e garantir o empoderamento de pequenos empresários da região. A nossa zona franca está muito voltada para o setor industrial, da indústria leve, média e pesada, mas sabemos que esses pequenos empresários, que, de alguma forma, também movimentam a economia, merecem um tratamento especial”, destacou Roque.
Além do Dimicro, o grupo angolano visitou a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), fábricas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) e o Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA). Segundo o coordenador-geral de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais da Suframa, Arthur Lisboa, Manaus é referência no setor industrial, e tem compartilhado projetos por meio de termos de cooperação, para fomentar o segmento em outros países.
“Essa visita parte de um acordo de cooperação, entre a Suframa e a Zona Franca da Angola, que selecionou alguns lugares que são referências mundiais em desenvolvimento. Então trouxemos a equipe para conhecer as instalações do Dimicro, que apesar de ter sido oficialmente inaugurado há pouco tempo, já é uma referência e conta com indústrias operando, sendo, sem dúvida, um case de sucesso para apresentar para a equipe”, frisou Lisboa.
Zona Franca do Dande
A Zona Franca de Desenvolvimento Integrado da Barra do Dande, situada na província de Bengo, em Angola, está sob a gestão da Sociedade de Desenvolvimento da Barra do Dande desde julho de 2022, quando celebrou com o Ministério da Economia e Planeamento de Angola o Contrato de Concessão da Gestão da Dande Free Zone, com duração de 30 anos, prorrogáveis por mais 25 anos, para desenvolver os principais componentes da Dande Free Zone.
Entre as expectativas da Dande Free Zone estão a criação de 21 mil postos de trabalho e o alcance de uma contribuição entre 1,5% e 2% no Produto Interno Bruto (PIB) nacional na próxima década. Em sua primeira fase, a Dande Free Zone será implementada em uma área de 860 hectares, quase 16% dos 5.465 hectares da área total do projeto. O território contém reservas estratégicas de combustíveis, bem como áreas para iniciativas nos campos da geração de energia e da segurança alimentar.