Profissionais que atuam em 12 Unidades Básicas de Saúde (UBS) da zona Sul de Manaus participaram na tarde desta terça-feira, 28/5, do curso de Manejo da Sífilis e Outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). A programação aconteceu no auditório do Distrito de Saúde (Disa) Sul, bairro Adrianópolis, zona Sul, reunindo 34 profissionais de saúde, entre médicos e enfermeiros.
De acordo com a técnica do Núcleo de Controle do HIV/Aids, ISTs e Hepatites Virais da Semsa, enfermeira Ylara Costa, o curso tem o objetivo de capacitar e atualizar os profissionais sobre os protocolos do Ministério Saúde e o fluxo de atendimento na rede de saúde, sendo que a etapa envolvendo profissionais do Disa Sul é a primeira de quatro turmas que vão atender 150 profissionais dos Disas Sul, Norte, Leste, Oeste e Rural.
“Foram organizadas quatro turmas para o curso e esse processo vai ser encerrado no dia 28 de junho. No ano passado, a Semsa também capacitou outros 150 profissionais. Uma das prioridades tem sido a capacitação de novos profissionais da rede municipal, como aqueles que estão sendo convocados do último concurso da Semsa e também do programa Mais Médicos”, informou Ylara Costa.
O conteúdo programático do curso inclui o Cenário Epidemiológico da Sífilis em Manaus; Prevenção Combinada; Manejo da Sífilis Adquirida; Manejo da Sífilis durante a Gestação; Sífilis Congênita (doença transmitida da mãe com sífilis não tratada ou tratada de forma não adequada para criança durante a gestação); Cenário Epidemiológico das ISTs/HIV; Vigilância Epidemiológica das ISTs; Manejo e Abordagem das ISTs; e Abordagem Diagnóstica do HIV.
Ylara Costa explica que a sífilis é a principal infecção sexualmente transmissível na notificação de número de casos novos no município de Manaus, seguido do número de casos de HIV/Aids.
No ano passado, Manaus registrou 3.344 casos novos de sífilis adquirida, 1.631 casos em gestantes e 306 casos de sífilis congênita. Em relação ao HIV, houve o registro de 1.535 casos novos em 2023, com 516 casos novos de Aids.
“A sífilis é a principal IST quando se fala em número de casos. A Semsa sempre atua para reduzir a transmissão da doença, tratando a gestante no pré-natal para evitar a transmissão vertical, da mãe para o bebê, e fomenta a questão do uso do preservativo, que é a única opção de prevenção da infecção”, apontou Ylara.
O médico infectologista Bruno Jardim, um dos facilitadores do curso, destacou a importância do treinamento e capacitação das equipes de saúde para abordagem diagnóstica, terapêutica e de prevenção da sífilis e outras ISTs para interromper a cadeia de transmissão das doenças.
“Quando faço o diagnóstico de uma pessoa que tem uma infecção sexualmente transmissível, se eu trato essa pessoa adequadamente, eu quebro a cadeia de transmissão para que outras pessoas não fiquem doentes. Quando a gente fala de sífilis, por exemplo, tem um impacto que passa pelo adulto, pela gestante, eventualmente prevenindo a transmissão vertical da mãe para a criança, e quebrando toda essa cadeia de pessoas potencialmente doentes”, explicou Bruno Jardim.
Atuando na UBS Frank Calderon, bairro Crespo, desde o mês de fevereiro, a enfermeira Amanda Maia Corrêa participou do curso e reforçou a importância da capacitação dos profissionais para atuação no atendimento de rotina das Unidades de Saúde.
“A gente aprende na faculdade, mas a prática é diferente, o fluxo de atendimento é diferente. A gente recebe na UBS muitas grávidas que testam positivo para a sífilis, que é a IST que mais diagnosticamos. Por isso, é importante reforçar o conhecimento para ter uma melhor noção do que fazer, o tratamento correto e para onde encaminhar quando há necessidade”, afirmou Amanda Corrêa.
Nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), quando a gestante realiza o pré-natal, a recomendação é que o teste rápido para sífilis seja feito preferencialmente ainda no 1º trimestre de gravidez, com um novo exame no 3º trimestre da gestação. Também deve ser feito no parto, independentemente dos resultados de exames anteriores, e também em caso de aborto.