O governo da Eslovênia aprovou nesta quinta-feira (30) uma moção de reconhecimento do Estado palestino e pediu ao Parlamento que faça o mesmo, dois dias após o reconhecimento por parte de Espanha, Noruega e Irlanda.
O primeiro-ministro Robert Golob disse hoje que o seu governo enviou a proposta de reconhecimento ao Parlamento, que poderá reunir-se já na próxima semana. A aprovação parlamentar é necessária para que a medida entre em vigor.
A coligação liberal de Robert Golob, no poder, dispõe de uma confortável maioria na assembleia de 90 membros, e a votação deverá ser uma formalidade.
A decisão do governo esloveno surge apenas dois dias depois de a Espanha, a Noruega e a Irlanda terem reconhecido a existência de um Estado palestino, uma medida que foi condenada por Israel.
Com essa decisão, a Eslovênia se tornará o décimo membro da União Europeia (27 países) a reconhecer oficialmente o Estado palestino.
A Noruega não é membro da UE, mas a sua política externa está normalmente alinhada com o bloco.
A Eslovênia iniciou o processo de reconhecimento no início de maio, mas disse que iria esperar até que a situação no conflito entre Israel e o Hamas em Gaza melhorasse.
No entanto, Golob disse, esta semana, que acelerou o processo em reação aos últimos ataques de Israel a Rafah, que provocaram a fuga de mais de 1 milhão de palestinos.
Mais de 140 países reconhecem um Estado palestino – mais de dois terços das Nações Unidas.
O reconhecimento de um Estado palestino fez cair a pique as relações entre a UE e Israel. A Espanha e a Irlanda fazem pressão para que a UE tome medidas contra Israel pelos seus contínuos ataques a Rafah, no Sul de Gaza.
Portugal não faz parte do grupo de países que reconhecem a Palestina como Estado.
A guerra em curso em Gaza foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelense 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1,2 mil mortes, segundo Israel.
O Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, disse que a ofensiva lançada por Israel depois do ataque já provocou mais de 36,2 mil óbitos e a destruição de muitas infraestruturas do enclave palestino.
Pelo menos 81.777 pessoas ficaram feridas no território palestino devastado, a maioria (cerca de 75%) mulheres e crianças, à medida que os bombardeamentos israelitas prosseguem.