Levou 14 anos para a primeira instância da Justiça Militar condenar 19 militares por associação a empresários corruptos dentro do Exército em Manaus. Em unidades como o Comando Militar da Amazônia e o 1º Batalhão de Infantaria de Selva. a Operação Saúva descobriu que os oficiais superfaturavam comida comprada para abastecer as tropas. Entre os condenados, peixes dos grandes, como coronéis, subtenente, major, tenente-coronel e tenente, mostrando que a bagaça era das grandes.
A sentença foi dada pelo Juiz Federal Alexandre Quintas, no dia 17 deste mês. Além dos 19 militares, sete empresários foram no bolo da corrupção com dinheiro público dentro do Exército. Dez oficiais receberam a bagatela de R$ 620 mil, entre 2004 e 2005, conforme a sentença. Só um tenente-coronel, embolsou mais de R$ 220 mil em propina.
FESTINHAS NO MOTEL
As investigações mostraram que 2,5% do valor da comida era destinado às propinas dos homens que vestiam verde oliva. Na sentença, o juiz chama a atenção para o tamanho da safadeza,a ponto dos empresários contratarem prostitutas para servirem aos comparsas que os ajudavam dentro do Exército. A Operação Saúva desmontou uma quadrilha especializada em superfaturar compra e venda de alimentos nas licitações do Exército Brasileiro, do governo do Estado e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). De acordo com a PF, a quadrilha movimentou R$ 350 milhões nos últimos seis anos.
De acordo com o Ministério Público, as fraudes envolvem Amazonas, Minas Gerais e São Paulo, servidores públicos municipais, estaduais e federais, além dos militares do Exército, unidos em formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, fraude em licitações e falsidade ideológica. Todos os condenados podem recorrrer.