A Justiça Federal recebeu a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra cinco homens por envolvimento na ocultação dos corpos do indigenista Bruno da Cunha Araújo Pereira e do jornalista Dominic Mark Philips, assassinados em 5 de junho de 2022, no Vale do Javari, no Amazonas. A partir de agora, eles passam a ser réus em ação penal.
Dos cinco réus – Francisco Conceição de Freitas, Eliclei Costa de Oliveira, Amarílio de Freitas Oliveira, Otávio da Costa de Oliveira e Edivaldo da Costa de Oliveira –, os quatro últimos irão responder, ainda, por corrupção de menor por terem convencido um jovem com menos de 18 anos a participar do crime.
A Justiça Federal recebeu a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra cinco homens por envolvimento na ocultação dos corpos do indigenista Bruno da Cunha Araújo Pereira e do jornalista Dominic Mark Philips, assassinados em 5 de junho de 2022, no Vale do Javari, no Amazonas. A partir de agora, eles passam a ser réus em ação penal.
Dos cinco réus – Francisco Conceição de Freitas, Eliclei Costa de Oliveira, Amarílio de Freitas Oliveira, Otávio da Costa de Oliveira e Edivaldo da Costa de Oliveira –, os quatro últimos irão responder, ainda, por corrupção de menor por terem convencido um jovem com menos de 18 anos a participar do crime.
Além das ações contra os executores, o MPF busca identificar os possíveis mandantes dos assassinatos em uma outra investigação, que segue sob sigilo e está em fase de diligências finais.
Relembre o caso
Bruno Pereira e Dom Philips foram assassinados em 5 de junho de 2022 nas proximidades da Terra Indígena Vale do Javari, na zona rural do município amazonense de Atalaia do Norte e uma das maiores reservas de indígenas em isolamento voluntário do mundo.
Depois de atingidos com disparos de arma de fogo, eles tiveram os corpos queimados e enterrados. De acordo com a Polícia Federal, as denúncias dos dois contra a pesca ilegal no Vale do Javari teriam sido a motivação do crime.
As investigações apontaram que Rubens Billar Coelho, conhecido como Colômbia, foi o mandante dos assassinatos. Além de Amarildo da Costa, Jefferson Lima e Oseney de Oliveira, que são acusados de executar o crime, Edvaldo da Costa Oliveira, irmão de Amarildo, foi indiciado por fornecer a espingarda de calibre 16 usada para o assassinato.
Colômbia está preso desde dezembro do ano passado. Em outubro, ele havia sido solto após pagar uma fiança de R$ 15 mil, mas teve a prisão decretada novamente pela Justiça após descumprir medidas cautelares. A polícia descobriu que além de ter fornecido a munição usada no crime, Colômbia conversou com os executores horas antes dos assassinatos.
Na época do crime, Dom trabalhava em um livro sobre a preservação da Floresta Amazônica e estava sendo acompanhado por Bruno Pereira, que havia agendado encontros e entrevistas com lideranças locais. Este último era um dos maiores especialistas em indígenas em isolamento voluntário do Brasil, servidor de carreira da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) – licenciado do órgão desde 2019 – e trabalhava como consultor para a União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Segundo a organização, ele recebia constantes ameaças de garimpeiros, madeireiros e pescadores ilegais por sua atuação em defesa dos povos tradicionais e do meio ambiente da região.
Dom Phillips era um jornalista inglês veterano na cobertura internacional que já havia trabalhado para veículos como Washington Post, The New York Times e Financial Times e, à época, colaborava com o jornal inglês The Guardian. Com mais de 15 anos no Brasil, Dom escreveu inúmeras reportagens denunciando atividades criminosas e desmatamento na região amazônica e estava no Vale do Javari entrevistando indígenas e ribeirinhos para um livro sobre a Amazônia.