Desde que a administração do Hospital Regional de Lábrea passou a ser gerenciada pelo Governo do Amazonas, os atrasos salariais tornaram-se frequentes. A situação, que se arrasta há mais de um ano, chegou ao estopim nesta sexta-feira (19), após funcionários do hospital realizarem uma greve geral.
Os funcionários terceirizados afirmam que os atrasos salariais são recorrentes e que o pagamento não acontece de maneira correta. Desde o ano passado que o município enfrenta diversas manifestações oriundas de funcionários que atuam na saúde.
Apesar da greve geral, as unidades básicas de saúde estão funcionando normalmente, porém, não está realizando todo tipo de atendimento oferecido pelo SUS
Descumprimento de acordo
Segundo informações dos moradores de Lábrea, o atraso salarial não acontecia quando a gestão do hospital ficava sob cargo do prefeito Gean Campos. Contudo, devido à folha de despesas ser bastante significativa e comprometer o orçamento municipal, a Unidade Hospitalar de Lábrea passou a ser gerida pelo estado.
Na época, a ministra Maria Thereza de Assis Moura, considerou o risco da gestão do hospital ficar a cargo do município. Como o governo não repassava recursos suficientes para o funcionamento da unidade, a ministra obrigou o estado a gerenciá-la sozinho, pois descumpriu o acordo com a prefeitura.
O acordo previa o financiamento do estado para a manutenção do quadro de pessoal da unidade, compra de medicamentos, além da destinação de recursos para a aquisição de novos equipamentos, ampliação e reforma do hospital.
A prefeitura alegou que não houve entrega de equipamentos suficientes e houve redução no número de funcionários do estado na unidade hospitalar. Em 2018, o local tinha 351 servidores, dos quais 62 eram do município. Em dezembro de 2022, o estado tinha apenas 36 servidores, e o município, 158. A prefeitura alega que o mínimo são 282 servidores.
Segundo a prefeitura, no início da parceria, em 2018, a participação era mais de R$ 9 milhões. Em 2022, o município participou com R$ 19.169.941,53, ou seja, um aumento superior a 100% em apenas quatro anos.