Em uma floresta tropical da Costa Rica, um pequeno lagarto semiaquático conhecido como anole aquático salta em um riacho. Minutos se passam, mas o anole não emerge para respirar, como os lagartos normalmente fazem.
Em vez disso, o lagarto se acomoda em uma pedra do leito do rio com uma pequena bolha de ar no topo de sua cabeça, que se expande como um balão e depois encolhe. Assim como um mergulhador, o réptil está respirando debaixo d’água com um reservatório de oxigênio armazenado.
Usar essa bolha de ar ajuda o anole a prolongar sua permanência debaixo d’água, de acordo com a Dra. Lindsey Swierk, professora assistente de pesquisa em ciências biológicas na Universidade Binghamton, em Nova York.
Imagens que Swierk capturou recentemente de anolis submersos mostram bolhas proeminentes inflando e desinflando nas cabeças dos répteis. Essa técnica pode ajudar os anolis a se esconderem de predadores que estão em terra, relatou Swierk na terça-feira no periódico Biology Letters.
Swierk estuda anolis aquáticos há quase uma década e, em 2021, uniu-se a outros pesquisadores para descrever o comportamento de respiração por bolhas em diversas espécies de lagartos semiaquáticos do gênero Anolis.
“Muitas colaborações surgiram de algumas perguntas bem básicas — muitos de nós assistindo a esses vídeos, imaginando como isso acontece, por que isso acontece”, ela disse.
Para o novo estudo, Swierk investigou a espécie Anolis aquaticus, que vive perto de riachos florestais no sudoeste da Costa Rica e oeste do Panamá. Ela descobriu que a formação de bolhas afetava diretamente o tempo que um anole poderia permanecer submerso.
Durante os experimentos, os anoles que respiravam usando bolhas permaneceram submersos por 3 minutos e meio em média. Tempo cerca de 32% mais longo do que os anoles que foram impedidos — por meio da aplicação de um emoliente em partes de suas cabeças — de formar bolhas de ar.
“Eles podem prolongar seus mergulhos usando essas bolhas de respiração”, disse Swierk.