As eleições deste ano no Amazonas estão mostrando a face podre da política amazonense, devido a diversos escândalos envolvendo agentes públicos. São inúmeros os casos de perseguição política no interior do estado. Nesta quinta-feira (3), secretários recém exonerados pelo governador Wilson Lima foram presos durante a operação “Tupinambarana Liberta”, por planejarem fraudar as eleições em Parintins em favor de uma candidata.
Uma das principais vítimas desta violêncica política são as mulheres. Em agosto e setembro deste ano, o Amazonas registrou dois casos de violência política e de gênero. No mês retrasado, a candidata a prefeita, Professora Áurea (MDB) sofreu ataques de capangas do prefeito Raylan Barroso.
Estas “milícias” políticas tem um modus operandi. No dia do fato, a professora Áurea estava em um estabelecimento comercial quando um grupo de homens, acompanhados de seguranças de Raylan, começou a intimidá-la.
Assim como no caso de Áurea, outra vítima recente é a candidata a prefeita de Boca do Acre, Luciana Melo, que também é atual vice-prefeita do município. No dia 24 de setembro, apoiadores de Frank Barros agrediram verbalmente e ameaçaram a candidata, no bairro Praia do Gado.
Numa atitude milicianesca, os apoiadores se comportaram como verdadeiros capangas, intimidando Luciana e dizendo à candidata que ela infringiu uma portaria da justiça eleitoral. Os integrantes do comitê de Frank Barros, no entanto, não apresentam qualquer documento, e seguem Luciana até sua residência.
A todo momento, os capangas de Frank agiram sem menor interesse em saber que estavam sendo filmados. No dia seguinte à perseguição, a candidata reafirmou seu compromisso com o povo e disse que práticas de intimidação não irão lhe abalar.
“Repudiamos veementemente qualquer tentativa de influenciar as eleições por meio de ameaças ou perseguições, reafirmando que atos de covardia como esse não têm espaço em um processo democrático justo e livre.”, disse a candidata.
Moradores relatam sensação de medo
Mas a perseguição da “Tropa do Frank” não acaba por aí. Relatos de moradores do município apontam que a Polícia Federal está agindo de maneira contundente na região, especialmente por causa das denúncias de coação contra adversários políticos.
O forasteiro de Lábrea não apresenta menor preocupação diante das denúncias. Ao invés de educar seus apoiadores – um gesto nobre e mínimo de respeito à democracia – Frank Barros os tornou em verdadeiros capangas, pessoas que tornaram a política em Boca do Acre um verdadeiro vale tudo.
Na última terça-feira (1), apoiadores do candidato a prefeito Edygley uniram forças aos apoiadores de Luciana Melo, que novamente tornou-se alvo dos ataques. Uma testemunha que não quis se identificar relatou que os capangas de Frank chegaram no local ordenando que os apoiadores de Luciana saíssem. O horário permitido, de acordo com a justiça eleitoral, é de até 00h, mas naquele dia eram 22h48, portanto com tempo de sobra para fazem campanha.
“Querem nos colocar em casa e utilizam até a força se for preciso. Nós, que trabalhamos para Luciana, estamos proibidos de sair na rua para fazer campanha. Nos mantendo em casa através da intimidação, eles poderão comprar voto e hoje a Polícia Federal prendeu vários por causa disso.”, disse a testemunha.
Às vésperas da eleição, o forasteiro de Lábrea demonstra mais uma vez sua sede de poder e aparenta deixar claro que na política vale tudo.