Eleito pela Fifa, entidade máxima do futebol, nesta terça-feira (17), o brasileiro Vinícius Júnior foi considerado o melhor jogador do mundo na última temporada.
O reconhecimento ao atleta do Real Madrid faz justiça a uma trajetória em que o carioca foi protagonista do maior clube do mundo. Ele levou a equipe ao título mais importante da Europa, a Uefa Champions League, marcando um gol decisivo na final, como já havia feito dois anos antes. Mesmo assim, segue causando controvérsias na comunidade futebolística e fora dela.
Dizer que Vinícius Júnior é o melhor jogador do mundo pode soar estranho para quem presenciou o talento de Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho, outros brasileiros premiados e, inegavelmente, mais habilidosos.
Desde a última vez em que um brasileiro ganhou o prêmio, com Kaká em 2007, tivemos Neymar, dono de um talento também superior ao de Vinícius, que provavelmente se aposentará sem conquistar um troféu tão importante individualmente.
Na cerimônia mais tradicional, a Bola de Ouro, da revista France Football, o prêmio foi entregue ao espanhol Rodri, do Manchester City, o que revoltou grande parte dos brasileiros. Na nova premiação, para os mesmos, justiça foi feita.
Ao receber o prêmio, o atleta declarou: “Era tão distante que parecia impossível chegar até aqui. Era uma criança que só jogava bola descalço nas ruas de São Gonçalo, perto do crime. Poder chegar é muito importante para mim. Estou fazendo por muitas crianças que acham impossível, mas que podem chegar até aqui”. Veja:
Por que Vini Jr. incomoda tanto?
O brasileiro enfrenta uma rejeição global, sendo alvo de diversas ofensas racistas de torcidas adversárias, mas sem se omitir diante delas. Ele não se calou quando quase 50 mil torcedores do Valencia o chamaram de macaco.
Como expoente do futebol irreverente, influenciado por ídolos como Ronaldinho e Neymar, Vini comemora cada pequena vitória, cada gol, com danças, algo que os europeus ainda não entenderam e frequentemente consideram provocação. Talvez seja, mas não no sentido direto.
A Bola de Ouro prometeu maior diversidade entre os eleitores. Para isso, limitou a votação a jornalistas dos 100 países mais bem posicionados no ranking da Fifa. Contudo, mais da metade desses países está na Europa, e parece não ter havido preocupação em avaliar se representantes de nações como El Salvador, que sequer colocaram Vinícius entre os 10 melhores, realmente acompanham o futebol mundial.