Vinte e seis anos se passaram, e o cenário se repetiu. Fernanda Torres, seguindo os passos da mãe, Fernanda Montenegro, não trouxe para o Brasil o Oscar de Melhor Atriz. Mesmo com vitórias no Globo de Ouro e no Satellite Awards por sua atuação em “Ainda Estou Aqui”, onde interpretou Eunice de Paiva, a atriz não alcançou o prêmio da Academia. A disputa incluiu nomes como Mikey Madison (“Anora”), Demi Moore (“A Substância”), Karla Sofía Gascón (“Emilia Pérez”) e Cynthia Erivo (“Wicked”).
A vitória no Globo de Ouro, em janeiro, alçou Fernanda ao posto de favorita. Recentemente, ela estampou a capa da “The Hollywood Reporter”, com a manchete “Fernanda Torres já ganhou” – uma homenagem à trajetória da mãe, Fernanda Montenegro, primeira brasileira indicada ao Oscar de Melhor Atriz. Em entrevista, Montenegro, hoje com 95 anos, emocionou-se ao falar sobre a indicação da filha: “Ela já venceu antes, durante e depois. Ser indicada é o próprio Oscar”.
A nomeação de Torres encerrou um hiato de 26 anos desde a indicação histórica de Montenegro por “Central do Brasil” (1998), também dirigido por Walter Salles. O filme “Ainda Estou Aqui” já atraiu mais de 5 milhões de espectadores nos cinemas brasileiros e acumula reconhecimento internacional. Com 92% de aprovação no Rotten Tomatoes e mais de US$ 1 milhão arrecadado nos EUA, a produção consolida seu impacto.
Em um vídeo emocionado publicado no Instagram após a indicação, Fernanda Torres agradeceu: “Não tenho palavras. Sou grata ao Walter Salles pela confiança. Essas nomeações são um sonho. Meu agradecimento à equipe, ao Selton [Mello], à minha família no filme. Fizemos isso com amor”. Com voz embargada, ela destacou: “Amo meu país. É um orgulho ver uma história brasileira ressoar globalmente, trazendo alegria não só para nós, mas para todo o Brasil”.