A dona de um dos dez cavalos que morreram nos primeiros dias de janeiro denunciou que tentou salvar sua égua ao perceber um forte odor no alimento servido aos equinos no haras. A mulher, que havia trazido o animal de Belo Horizonte para a filha, alertou sobre a qualidade do feno antes da tragédia.
Segundo a proprietária, ela estava presente no haras no dia 30 de dezembro de 2025, quando os animais foram alimentados com feno. Ao perceber um cheiro estranho, mandou retirar o alimento da baia de seus dois cavalos e pagou para que fosse fornecido capim no lugar. No entanto, descobriu que os animais já haviam consumido o feno pela manhã.
“Eu estava lá quando serviram o feno, por volta das 18h40. Assim que senti o forte odor, retirei da baia dos meus cavalos e informei que não deveria ser servido. Paguei para substituírem por capim, mas já tinham dado o feno pela manhã”, relatou a mulher.
Ela ainda explicou que, conforme o contrato de locação da baia, os equinos deveriam receber capim moído e não feno. No entanto, os funcionários optaram pelo feno devido a uma falha na máquina que processa o capim. A decisão foi tomada sem consulta aos proprietários dos animais.
A égua falecida era uma companheira essencial para a filha da denunciante, que convive com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). O animal era utilizado como parte de sua terapia, ajudando no controle da ansiedade.
“Minha filha tem TDAH e sofre de ansiedade. O cavalo era uma terapia para ela. Tudo o que queremos é justiça. Minha família tinha um amor enorme pela égua”, desabafou a mulher.
A família apresentou um laudo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que aponta sinais de mofo e deterioração no feno, apesar das condições adequadas de conservação. Segundo a proprietária, a fábrica que produziu o feno pertence ao dono do haras.
A Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf) confirmou, nesta terça-feira (18), que a morte dos cavalos foi causada pela ingestão de feno contaminado com toxinas causadoras de botulismo.
Os donos dos animais denunciaram o caso às autoridades, e a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) abriu um inquérito para investigar a responsabilidade pelas mortes, que segue em andamento.
Veja vídeos: