Na quarta-feira (2), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou a prisão de Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio. A decisão ocorreu após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apontar descumprimento de uma medida cautelar.
Léo Índio saiu do Brasil e foi para a Argentina, mesmo sabendo do cancelamento de seu passaporte. Moraes destacou que ele tinha “plena ciência” dessa situação, pois, ao deixar seu “distrito de culpa”, que é o local onde reside um réu, ele infringiu a lei. Portanto, a Justiça considerou a ação como justificativa para a decretar a prisão preventiva.
O ministro também mencionou que a fuga é apoiada por um documento da defesa de Léo, que solicitou autorização para permanecer na Argentina até junho de 2025. Moraes argumentou que essa fuga, em resposta ao recebimento da denúncia, legitima a imposição da prisão preventiva para garantir a aplicação da lei penal.
Com essa determinação, as autoridades podem prender Léo Índio imediatamente se retornar ao Brasil por vontade própria. Ele também corre o risco de uma detenção na Argentina e extradição ao Brasil, caso o governo brasileiro faça essa solicitação e a Argentina a aceite.
Vítima de perseguição
Léo Índio é primo dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele é réu no STF por envolvimento nos atos de 8 de janeiro de 2023. Na última sexta-feira (28), a defesa de Léo confirmou que ele está na Argentina. Em declarações à imprensa, ele se apresentou como vítima de perseguição da Suprema Corte.
Embora seja réu no caso dos atos de 8 de janeiro, Léo poderia estar em prisão preventiva. No entanto, ele recebeu o direito de aguardar o julgamento em liberdade condicional. Para evitar uma possível fuga, a Justiça cancelou seu passaporte. A Justiça considerou a viagem para a Argentina, que não exige passaporte, como uma violação das condicionais.