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17 de abril de 2025
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Dez promotores já se declararam suspeitos em julgar caso de advogada chamada de ‘cadela’

Caso de ofensa a advogada criminalista continua sem andamento

FOTO/REPRODUÇÃO

Após mais de um ano, a ação movida pela advogada criminalista Catharina Estrella contra o promotor Walber Luís do Nascimento permanece estagnada. O promotor comparou Catharina a uma cadela durante uma sessão do Tribunal do Júri em Manaus. A defesa da advogada afirma que dez promotores e um juiz se declararam suspeitos, o que indica possíveis conflitos de interesse na análise do caso.

O incidente ocorreu em setembro de 2023 e viralizou nas redes sociais. No vídeo, o promotor se defende, alegando que não ofendeu Catharina, mas afirma que não poderia compará-la a uma cadela, já que os cachorros são mais leais. Ele declarou: “Se eu comparasse a advogada a uma cadela, estaria ofendendo o animal”.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) responsabilizou o juiz Carlos Henrique Jardim da Silva, que presidiu a sessão, por omissão e recebeu censura em fevereiro. No entanto, o processo contra o promotor não avança devido aos sucessivos impedimentos dos colegas.

Em entrevista ao GLOBO, o advogado Alberto Zacharias Toron, defensor de Catharina, criticou a postura dos promotores e chamou a situação de “vergonhosa”. Ele alertou que a denúncia pode prescrever ainda este ano. Toron afirmou: “É estranho que tantos promotores tenham se declarado suspeitos. Eles deveriam apenas julgar se o caso deve prosseguir, mas estão se omitindo”.

O advogado do promotor, Bruno Infante Fonseca, respondeu às alegações, chamando-as de “infundadas”. Em nota, ele enfatizou que seu cliente e os servidores públicos agiram dentro da legalidade.

O GLOBO buscou respostas do Ministério Público do Amazonas (MP-AM) e do Tribunal de Justiça do Amazonas, mas não obteve retorno até a publicação deste artigo.

Aposentadoria do Promotor

Dezesseis dias após o incidente, Walber Nascimento foi aposentado pelo MP-AM. A decisão foi publicada no Diário Oficial em 27 de setembro. Segundo o G1, ele receberá um salário integral de R$ 42,3 mil, incluindo benefícios. O MP-AM informou que a aposentadoria foi por tempo de serviço e aprovada pelo procurador de assuntos jurídicos.

Antes da aposentadoria, Nascimento recebeu férias de 20 dias.

Nota da Defesa do Promotor

A defesa do promotor reiterou que não comentará o andamento do processo e defendeu a legalidade das ações dos servidores públicos. A nota conclui com uma reafirmação de confiança no Ministério Público e no Judiciário do Amazonas.

 

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