Em um dia tumultuado no mercado financeiro global, o dólar registrou a maior alta diária em mais de dois anos, superando os R$ 5,80. Isso aconteceu após a China anunciar retaliações ao tarifaço do governo Trump. A bolsa de valores também sofreu, caindo quase 3%, marcando o maior recuo diário desde dezembro do ano passado.
Cotação do dólar
Na sexta-feira (4), o dólar comercial encerrou a sessão a R$ 5,836, com alta de R$ 0,207 (+3,68%). Durante o dia, a cotação atingiu R$ 5,84 por volta das 16h20. Este valor é o mais alto desde 10 de março, quando a moeda fechou a R$ 5,85. Essa foi a maior alta diária desde 10 de novembro de 2022, quando o dólar subiu 4,1% em um único dia.
Mercado de ações em queda
O índice Ibovespa, da B3, fechou a 127.256 pontos, apresentando um recuo de 2,96%. Este é o menor nível desde 14 de maio e o maior recuo diário desde 18 de dezembro. A bolsa seguiu a tendência do mercado financeiro global. Nos Estados Unidos, as bolsas enfrentaram a pior semana desde março de 2020, no início da pandemia de COVID-19.
Os países emergentes, que se mostraram resistentes à instabilidade na quinta-feira (3), também sentiram o impacto na sexta-feira. O anúncio da China sobre sobretaxas de 34% gerou receios de uma recessão global.
Fatores adicionais de impacto
Dois fatores adicionais afetaram os países emergentes. Primeiro, a economia dos EUA criou 228 mil postos de trabalho em março. Apesar de não refletir os temores de uma contração econômica, esse número superou as expectativas. Isso sugere que o Federal Reserve (Fed) pode adiar o corte de juros.
Além disso, a queda no preço internacional do petróleo impactou os países produtores de commodities. O barril do tipo Brent fechou a US$ 64, o menor valor desde 2021. O receio é que a demanda nos Estados Unidos diminua após o tarifaço de Trump.