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28 de novembro de 2024
Amazonas

Números que indicam aumento de óbitos em Manaus não refletem a realidade, diz FVS-AM

A Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (Susam) voltou a contestar, nesta quarta-feira (13/08), divulgações de dados que indicam aumento de óbitos por Covid-19 em Manaus.  De acordo com o boletim diário da Fundação de Vigilância e Saúde (FVS-AM), o registro de óbitos diários segue tendência de queda assim como as internações em hospitais públicos e privados, o que descarta prognósticos de uma segunda onda da doença neste momento.

Segundo a FVS-AM, os casos de óbitos monitorados e publicados no Boletim Diário Covid-19 no Amazonas (disponível no site www.fvs.am.gov.br) demonstram que não há tendência de elevação no número de óbitos registrados no período de 24 horas que possam indicar elevação na curva de crescimento. Nesta terça-feira (11/08), por exemplo, foram registrados dois óbitos na capital amazonense, enquanto no dia anterior foram cinco.

“A FVS-AM refuta que esteja acontecendo aumento significativo de novos casos e óbitos por Covid-19 em Manaus e, consequentemente, com base nos dados atuais, informa que não há evidência de uma segunda onda na cidade, como vem sendo veiculado por alguns veículos de imprensa”, afirma a diretora presidente da FVS-AM, Rosemary Costa Pinto.

Revisão de dados – A diretora da FVS-AM observa que os equívocos na divulgação de dados acontecem após revisão dos registros de óbitos realizados pela Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (Semsa/Manaus). A revisão segue os novos critérios do Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, publicado no início de agosto, que incluiu novos critérios de notificação, investigação e encerramento de casos e óbitos por covid-19.

Antes, os critérios eram apenas laboratoriais (por RT-PCR e Teste Rápido) ou clínico-epidemiológicos. Agora, incluem também critérios clínico e clínico por imagem (tomografias) e laboratorial (por RT-PCR e Teste Rápido) em pessoas assintomáticas. Dessa maneira, os 654 registros de óbitos de pacientes ocorridos entre os meses de abril a julho de 2020 em Manaus, que na ocasião não atendiam critérios para serem encerrados como Covid-19, estão sendo revisados pela equipe da Semsa/Manaus.

“Portanto, para efeito de análise dos dados, é importante levar em consideração a data de ocorrência e não a data da confirmação/divulgação do óbito. Qualquer prognóstico que não leve em consideração essas informações pode levar a conclusões erradas sobre o comportamento da doença”, afirma Rosemary Costa Pinto.

A diretora da FVS acrescenta ainda que existem pacientes internados em estado grave nas UTIs, entubados, alguns há mais de um mês, que podem evoluir com desfecho fatal. “Os óbitos informados nas últimas 24 horas, não são, assim, casos novos recém-diagnosticados”, salienta.

Internações em queda – Outra fonte importante para análise de informação divulgada no Boletim da FVS-AM é o número de internações de pacientes com Covid-19 ou com suspeita da doença nos hospitais de Manaus que seguem em queda disparada nas últimas semanas. No Boletim de terça-feira (11/08), eram 220 pacientes internados nas redes pública e privada – 159 pacientes confirmados e 61 com suspeita de Covid-19. No dia 1º de agosto, eram 326 internados em leitos exclusivos para Covid-19 – 251 confirmados e 75 casos suspeitos.

A taxa de ocupação de leitos de UTI Covid-19 desta terça-feira (11/08) estava em 26%, e de leitos clínicos, em 24,7%. No início de agosto, a taxa de ocupação de leitos de UTI Covid-19 era de 61%, e de leitos clínicos, 33%.

O diretor técnico da FVS-AM, Cristiano Fernandes, ressalta que os novos critérios preconizados pelo Ministério da Saúde para a definição de óbitos por Covid-19 devem continuar elevando os óbitos nas próximas edições do boletim, mas não refletem o momento atual da pandemia no Amazonas.

“Temos que ficar atentos aos óbitos ocorridos nas últimas 24 horas. A revisão sistemática desses casos vai impactar no total de óbitos. Precisamos separar bem as coisas, para que não tenhamos interpretação equivocada, para não achar que a doença está aumentando aqui no estado, que o número de óbitos tem aumentado e isso não está acontecendo, a gente consegue afirmar isso”, frisa Fernandes.

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