ROMA — O papa Leão XIV, em sua primeira entrevista coletiva, conclamou os profissionais da imprensa a praticarem uma comunicação ética, pautada na verdade, no respeito e na responsabilidade.
Sem citar veículos ou casos específicos, o pontífice criticou o sensacionalismo, a linguagem agressiva e a competição excessiva. “Precisamos de uma comunicação que não busque o consenso a qualquer custo, que rejeite palavras agressivas e modelos competitivos, e que una verdade e amor na busca humilde pela informação”, afirmou.
Leão XIV homenageou jornalistas que arriscam a vida pelo ofício e lembrou os que estão presos por exercerem a profissão com coragem. “A Igreja reconhece nessas pessoas verdadeiras testemunhas. Penso nos que cobrem guerras mesmo sob risco de morte e nos que defendem a dignidade e o direito à informação. Só povos bem informados podem fazer escolhas livres.”
O papa pediu a libertação dos jornalistas detidos e afirmou que o sofrimento desses profissionais “interpela a consciência das nações”, exortando a comunidade internacional a proteger a liberdade de expressão e de imprensa.
Ele também destacou a responsabilidade conjunta da Igreja e da imprensa diante dos desafios contemporâneos. “Vivemos tempos difíceis que exigem firmeza e responsabilidade. Não devemos ceder à mediocridade.”
Para Leão XIV, o jornalismo não pode se afastar da realidade. “A Igreja deve enfrentar os desafios de seu tempo, assim como a comunicação não pode se desligar da história. Como disse Santo Agostinho: ‘Vivamos bem e os tempos serão bons. Nós somos os tempos’.”
Ao encerrar, ele alertou para o risco da comunicação desumanizada e ideológica, e destacou a importância do papel da imprensa. “Muitas vezes vivemos numa torre de Babel, onde faltam amor e clareza. Por isso, o modo como vocês comunicam é essencial.”