O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vai encarar pessoalmente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no interrogatório dos réus do “núcleo 1” da ação que investiga a tentativa de golpe de Estado. A sessão, considerada decisiva, começa nesta segunda-feira (9) e pode se estender até sexta-feira (13).
Primeiramente, este grupo é apontado como o principal da trama golpista e ficará na primeira fileira da sala da Primeira Turma do STF. Assim, o ex-presidente ficará frente a frente com Moraes e o procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Mauro Cid será o primeiro a depor
Os depoimentos seguirão uma ordem específica. O primeiro a ser ouvido será Mauro Cid, por ter firmado acordo de delação premiada. Em seguida, os réus falarão em ordem alfabética.
Desse modo, Bolsonaro será o sexto a prestar depoimento. O último será Walter Braga Netto, que será ouvido por videoconferência, pois está preso.
Lista de réus presentes
Confira a ordem e os nomes dos réus que participarão presencialmente:
- Mauro Cid (ex-ajudante de ordens e delator)
- Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-diretor da Abin)
- Almir Garnier (ex-comandante da Marinha)
- Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
- Augusto Heleno (ex-ministro do GSI)
- Jair Bolsonaro (ex-presidente)
- Paulo Sergio Nogueira (ex-ministro da Defesa)
Como será o interrogatório
Cada réu será chamado individualmente à tribuna no centro da sala, que contará com dois assentos: um para o réu e outro para o advogado.
A dinâmica do interrogatório seguirá esta ordem:
- Alexandre de Moraes inicia os questionamentos;
- Paulo Gonet, da PGR, faz perguntas em seguida;
- Os advogados de defesa também podem interrogar, respeitando a ordem alfabética dos réus.
A segurança no STF será reforçada, segundo a assessoria de imprensa da Corte. Portanto, isso é comum em sessões com presença de autoridades e figuras públicas.
Quais crimes estão em julgamento?
Sete dos oito réus respondem a cinco crimes:
- Tentativa de golpe de Estado
- Organização criminosa armada
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Dano qualificado
- Deterioração de patrimônio público
Já Alexandre Ramagem responde por apenas três crimes. A Câmara dos Deputados suspendeu parte das acusações, por ele ser parlamentar. No entanto, o STF manteve as imputações, alegando que os crimes teriam ocorrido antes de Ramagem assumir o cargo.