Um homem identificado como Paul Davis, de 43 anos, caiu em um golpe digital após acreditar estar em um relacionamento online com a atriz Jennifer Aniston. Por meio de mensagens manipuladas e vídeos deepfake, o golpista convenceu Davis a enviar mais de R$ 1,2 mil em cartões-presente da Apple, valor que não é reembolsável.
Segundo Davis, as conversas começaram no Facebook, onde o perfil falso enviava imagens e vídeos “estranhamente convincentes”. Em uma das mensagens, o criminoso orientou Paul a não interagir com o perfil oficial de Aniston e a manter tudo em segredo.
Em seguida, o golpista enviou até uma imagem de uma suposta carteira de motorista da atriz, como forma de “provar” a identidade. “Você está conversando com a verdadeira Jennifer Aniston, ok? Não vá comentar em outras páginas”, dizia uma das mensagens.
Posteriormente, após conquistar a confiança da vítima, o golpista alegou estar sem dinheiro para pagar a conta da Apple e pediu 200 euros (aproximadamente R$ 1.280). Davis enviou o valor e depois percebeu que o enganaram.
“Eles fazem com que pareça tão real”, lamentou Davis ao jornal The Sun. Ele também relatou que tem sido alvo de perfis falsos há meses, muitos dos quais utilizam inteligência artificial e deepfakes para aplicar golpes semelhantes.
“Já faz cinco meses. Achei que alguém ia ser punido, mas eles continuam se safando. Um conhecido meu perdeu mais de mil reais nesses golpes”, afirmou. “Agora estão pedindo dados bancários, cartões de crédito. Não posso mais cair nisso.”
Cuidados contra golpes com deepfakes
Em outubro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) lançou o “Guia Ilustrado Contra as Deepfakes”, com dicas de segurança e formas de identificar conteúdos manipulados com inteligência artificial.
De acordo com o STF, deepfakes são versões sofisticadas de fake news, capazes de simular rostos, vozes e movimentos. Portanto, através de vídeos falsos que imitam pessoas reais com alto nível de realismo, elas conseguem atingir seus objetivos.
Como identificar deepfakes:
- Diferença entre o tom da pele do rosto e do corpo;
- Olhar fixo, sem movimento natural dos olhos;
- Falta de sincronia entre os lábios e a fala;
- Expressões rígidas e movimentos corporais artificiais;
- Elementos gráficos com aparência digital, como cenário e iluminação;
- Ausência de marcas características da pessoa (sinais, tatuagens, etc.);
- Alterações no sotaque, entonação ou voz.
Para se proteger, é essencial verificar a fonte, questionar conteúdos muito emocionais ou fora do contexto. Por fim, é imprescindível e nunca compartilhar dados pessoais ou bancários sem a devida confirmação.