Nesta segunda-feira (14), a Polícia Civil deu detalhes sobre a prisão de três pessoas, incluindo um casal homoafetivo que tentou adotar ilegalmente um bebê em Manacapuru, região metropolitana de Manaus.
As prisões ocorreram no último sábado, 12, no bairro São José. Os suspeitos são:
- José Uberlane Pinheiro de Magalhães, de 47 anos
- Luiz Armando dos Santos, de 40 anos
- Wesley Fabiano Lourenço, de 38 anos.
Segundo a delegada Joyce Coelho, a equipe recebeu uma denúncia anônima na última sexta-feira (11/07). A mensagem indicava que dois homens estavam negociando a compra de um bebê na maternidade pública do município. Além disso, uma imagem do veículo utilizado pelos suspeitos foi enviada pelo aplicativo de mensagem.
A delegada explica que, após os levantamentos, a equipe contou com o apoio do Conselho Tutelar. Na maternidade, identificaram uma mãe de 31 anos, que havia dado à luz no mesmo dia. Como ela estava recebendo cuidados médicos, não pôde ser ouvida na hora. No entanto, a investigação revelou detalhes importantes.
Um dos homens se apresentou como o pai biológico do bebê. Ele acompanhou o parto, assistiu ao procedimento e recebeu a Declaração de Nascimento Vivo (DNV). Contudo, tentou registrar a criança, mas o sistema apresentou falhas, impedindo o procedimento.
Durante a abordagem, os suspeitos demonstraram nervosismo. Inicialmente, um deles afirmou ser o pai biológico, mas logo admitiu que receberam R$ 500 para apresentar uma mulher disposta a entregar o filho após o parto. A investigação mostrou que a mulher decidiu entregar o bebê devido a uma dívida pendente. O casal planejava levar a criança para São Paulo.
Esquema de adoção mediante pagamento
A investigação também revelou que uma mulher de Manacapuru, com histórico de facilitar adoções ilegais, ajudou no esquema. Assim, confirmou-se que há um esquema de adoção ilegal, envolvendo pagamento em dinheiro. Os policiais apreenderam os celulares dos suspeitos para realizar a quebra de sigilo e identificar outros envolvidos.
A delegada Joyce Coelho informa que há indícios de que o casal já tenha levado outra criança anteriormente. No entanto, essa hipótese ainda não foi confirmada oficialmente. Além disso, eles tiveram um processo de adoção arquivado por falta de documentação adequada e tentativa de fraude.
Os três suspeitos responderão por tráfico de pessoas com finalidade de adoção ilegal. Eles permanecem à disposição da Justiça. A Polícia Civil continuará investigando para identificar todos os envolvidos nesse esquema criminoso.
