O terremoto de magnitude 8,8, considerado o mais poderoso da região em quase 73 anos, atingiu o extremo oriente da Rússia nesta quarta-feira (30). O tremor teve epicentro na costa de Petropavlovsk, na Península de Kamchatka, a uma profundidade de 20,7 km, conforme informações do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).
O forte abalo provocou tsunamis em diversos países da bacia do Pacífico, com destaque para a cidade russa de Severo-Kurilsk. Ela sofreu uma inundação após quatro ondas atingiram a cidade, segundo o prefeito do distrito das Ilhas Kuril do Norte, Aleksander Ovsianikov.
Alerta global e evacuações
Os governos orientaram mais de 2 milhões de pessoa a evacuar áreas costeiras no Japão, Rússia e Havaí. Também houve emissões de alertas de tsunami em países como China, Filipinas, Indonésia, Nova Zelândia, Peru e México.
Além disso, o Chile decretou alerta vermelho em toda sua faixa litorânea, com a retirada de cerca de 1,5 milhão de pessoas para áreas elevadas.
Apesar da magnitude elevada, o governo russo informou, ao fim do dia, que não houve vítimas fatais. No entanto, o Kremlin alertou que réplicas sísmicas de até magnitude 7,5 ainda podem ocorrer nos próximos dias.
Epicentro e atividade vulcânica
O terremoto, um dos mais fortes já registrados na região, fez o vulcão Klyuchevskoi – o mais alto da Eurásia – entrar em erupção. De acordo com o Serviço Geofísico da Rússia, foi registrada a emissão de lava incandescente, explosões e um brilho intenso acima da cratera.
Sismólogos britânicos afirmaram que a sequência de tremores secundários pode durar cerca de um mês, com possibilidade de réplicas superiores a magnitude 8. Segundo os especialistas, os danos foram minimizados devido à localização do epicentro, situado em uma área remota e pouco povoada de Kamchatka, caracterizada por florestas, vulcões e platôs.