A influenciadora Bia Miranda, conhecida por ser neta da cantora Gretchen e acumular mais de 5 milhões de seguidores, é um dos principais alvos da Operação Desfortuna, deflagrada nesta quinta-feira (7) pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. A ação visa desarticular uma organização criminosa que promovia jogos de azar ilegais online, como o popular “Jogo do Tigrinho” (Fortune Tiger).
De acordo com as investigações, Bia Miranda usou sua influência nas redes sociais para divulgar cassinos online ilegais, prometendo lucros fáceis e rápidos aos seguidores. A estimativa é de que o grupo tenha movimentado mais de R$ 4,5 bilhões, com lucros individuais superiores a R$ 40 milhões.
Influenciadores, ostentação e promessas enganosas
A princípio, a investigação, conduzida pela Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD), aponta que os investigados utilizavam estratégias de marketing digital para atrair vítimas. Assim, eles ostentavam bens de luxo nas redes sociais, associando o estilo de vida ao sucesso obtido com os jogos de azar.
Além de Bia Miranda, também são investigados o DJ Rafael Buarque, ex-companheiro da influenciadora, e o influenciador Samuel Sant’Anna, conhecido como “Gato Preto”, com quem Bia teve seu segundo filho.
Outro nome de destaque é o de Maurício Martins Júnior, o Maumau. A polícia oprendeu em flagrante em São Paulo, após encontrar uma arma de fogo durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão.
Operação ocorreu em três estados
A Operação Desfortuna aconteceu de forma simultânea nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Assim, as autoridades cumpriram 15 mandados contra influenciadores digitais e empresas suspeitas de integrar o esquema. A polícia investiga crimes como:
- Estelionato;
- Lavagem de dinheiro;
- Organização criminosa;
- Crimes contra a economia popular.
Estratégia e lavagem de dinheiro
De acordo com a Polícia Civil, os influenciadores faziam transações financeiras com empresas de fachada e movimentavam valores altos por meio de criptomoedas e contas de terceiros. O objetivo era dificultar o rastreamento do dinheiro ilícito.
A ação conta com apoio do Gabinete de Recuperação de Ativos (GRA) e do Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro (Lab-LD), que analisam o fluxo financeiro dos envolvidos.