O XII Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas (ENEI) chega ao seu último dia nesta sexta-feira (08), reafirmando o papel central dos estudantes indígenas na construção de políticas de permanência, no fortalecimento das ciências originárias e na defesa dos territórios. Dessa forma, o evento reforça a importância da presença indígena no meio acadêmico e político.
Quatro dias de trocas, cultura e debates
Desde terça-feira (05), mais de mil estudantes de diferentes povos e regiões do Brasil se reuniram no Centro de Convenções Vasco Vasques, em Manaus. Durante esses quatro dias, participaram de intensos debates, apresentações culturais, rituais tradicionais e diversas trocas de experiências. Assim, o encontro proporcionou um espaço plural de diálogo entre os saberes acadêmicos e os conhecimentos ancestrais.
Programação desta sexta-feira
Logo pela manhã, a programação tem início com sessões de comunicação oral. Essas apresentações dão visibilidade às pesquisas desenvolvidas por estudantes indígenas em diversas áreas do conhecimento. Além disso, elas demonstram o diálogo constante entre ciência e ancestralidade, respeitando as realidades territoriais dos povos indígenas.
Ao longo do dia, também ocorrerão mesas temáticas com discussões sobre temas cruciais, como a presença indígena na universidade, propriedade intelectual e políticas afirmativas. Portanto, esta última etapa do evento será marcada por reflexões profundas e estratégicas.
Desafios e conquistas destacadas
A professora-doutora Alva Rosa Tukano, representante do Fórum de Educação Escolar e Saúde Indígena, ressaltou a relevância do ENEI como espaço de mobilização política e produção de resultados concretos.
“O ENEI é o Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas e tem, sim, resultados concretos. Um exemplo é o documento que foi encaminhado à Câmara de Educação Superior (CESU), fruto das discussões realizadas nos últimos encontros”, afirmou.
Segundo ela, os desafios enfrentados pelos estudantes indígenas para ingressar e permanecer na universidade ainda são grandes, especialmente para aqueles que precisam sair de suas comunidades e se adaptar às capitais.
“Queremos mais políticas específicas em todas as universidades do Brasil. Não basta garantir o acesso — é preciso garantir permanência e êxito”, completou.
Encerramento com conferência e rituais
À noite, a partir das 19h, o encerramento contará com a conferência “Justiça Climática e Direitos Humanos: As Ciências Indígenas como Rede de Trocas para o Equilíbrio Humano no Mundo Terrestre”. Em seguida, haverá a Plenária Final, com a entrega do Patawi ao anfitrião do ENEI 2026, eleição da sede de 2027, ritual de encerramento e apresentações culturais.
Continuidade das atividades no sábado
Embora o evento se encerre oficialmente na sexta-feira, no sábado (09), os participantes ainda poderão aproveitar atividades esportivas na Vila Olímpica. Com isso, o pós-evento oferece um momento de lazer, integração e celebração da cultura indígena.
Universidade como território indígena
Mais do que um encontro, o ENEI reafirma que a universidade também é território indígena. Além disso, evidencia que o diálogo entre saberes acadêmicos e conhecimentos tradicionais é essencial para enfrentar os desafios ambientais, culturais e sociais do presente. Portanto, iniciativas como essa são fundamentais para promover inclusão, reconhecimento e transformação dentro das instituições de ensino superior.
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