A Argentina abriu uma investigação sobre um suposto esquema de corrupção que envolve a distribuição de medicamentos para pessoas com deficiência (PCDs). O escândalo veio à tona após a divulgação de áudios comprometedores que mencionam Karina Milei, irmã do presidente Javier Milei, como possível beneficiária de propinas.
´Primeiramente, os áudios, divulgados pela mídia local, contêm uma voz atribuída a Diego Spagnuolo, então chefe da Agência Nacional para Pessoas com Deficiência. Nele, Spagnuolo afirma: “Eles estão fraudando minha agência”, e menciona a irmã do presidente, acusando-a de estar recebendo pagamentos indevidos.
“Falei com o presidente e eles não consertaram nada”, teria dito Spagnuolo na gravação.
Demissão e operação policial
Consequentemente, o governo demitiu Spagnuolo na última quinta-feira (21), numa ação que classificou como “medida preventiva”. Um dia depois, na sexta-feira (22), a polícia argentina realizou buscas em várias propriedades, incluindo a residência do ex-funcionário. Lá, as autoridades apreenderam celulares e uma máquina de contar dinheiro.
Até o momento, o governo argentino não confirmou a autenticidade das gravações, e o presidente Javier Milei não se pronunciou oficialmente sobre o caso.
Escândalo em meio a tensão política
O caso surge em um momento politicamente sensível para Milei. Esta semana, ele enfrentou dificuldades no Congresso argentino, com tentativas dos legisladores de reverter um veto presidencial que bloqueava um aumento no auxílio financeiro destinado às pessoas com deficiência.
As denúncias de corrupção podem abalar a imagem do presidente, conhecido por seu discurso contra a “casta política”, justamente no período que antecede as eleições legislativas de meio de mandato em outubro. A votação é vista como um referendo popular sobre a agenda de austeridade e reformas econômicas do atual governo.
Um porta-voz de Milei não respondeu às solicitações da imprensa.