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24 de novembro de 2024
Amazonas

Laboratório de Fisiologia Aplicado à Piscicultura é inaugurado pelo INPA

Importantes pesquisas são realizadas pelo Inpa com bioflocos, microrganismos ricos em nutrientes que diminuem a quantidade de substâncias tóxicas da água, e com novas substâncias para tratamento de doenças em peixes nativos da Amazônia Foto: Vadelira Fernandes - Inpa

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC) inaugura nesta terça-feira, (14), às 9 horas, a ampliação e reforma do Laboratório de Fisiologia Aplicado à Piscicultura (Lafap), que conta com infraestrutura moderna e adequada para realizar pesquisas em piscicultura, área com perspectiva produtiva e sustentável para a região, e capacitação. A modernização do laboratório faz parte da revitalização do Centro de Aquicultura, localizado no Campus III, Morada do Sol, zona Centro-Sul de Manaus.

A obra no Lafap levou três meses para ser concluída e recebeu investimento de R$169.884,10 do Projeto “Implantação de Unidades Demonstrativas Agroflorestais na Amazônia (Iudaa)”, patrocinado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O Iudaa atua nas áreas de piscicultura, coordenado pela pesquisadora Elizabeth Gusmão, e plantios agroflorestais, coordenado pela pesquisadora Rosalee Coelho. A coordenação geral é da titular da Coordenação de Tecnologia Social (Cotes), Denise Gutierrez.

Foto: Vadelira Fernandes – Inpa

A finalidade do Lafap é realizar pesquisas em aquicultura, nas linhas sobre nutrição, sanidade e sistema de produção de peixes de cultivo, além de atuar na capacitação de alunos de graduação à pós-graduação (mestrado e doutorado). O laboratório foi implantado em 2002, com uma estrutura simples e espaço limitado, passando por ampliações no decorrer dos anos.

egundo Gusmão, o Lafap desenvolve pesquisas de ponta na área de aquicultura, a exemplos dos projetos com a tecnologia de bioflocos, pioneira com espécies nativas (tambaqui e matrinxã) e que contribui com o futuro da aquicultura na região Norte. Os bioflocos são microrganismos ricos em nutrientes que diminuem a quantidade de substâncias tóxicas da água.

“Outras pesquisas que serão beneficiadas com esta infraestrutura são as relacionadas com as questões sanitárias, principalmente novas substâncias para tratamento de doenças, como a acantocefalose que tem diminuído a produção de tambaqui, sendo este um dos maiores obstáculos atualmente enfrentado pelo setor”, disse Gusmão, que também é líder do Grupo de Pesquisa em Aquicultura na Amazônia Ocidental do Inpa.

As duas linhas de pesquisas recebem fomento de projetos financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Banco da Amazônia e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal e Nível Superior (Capes). O Amazonas é o maior consumidor per capita de peixe do país (33 kg por ano), porém não é autossuficiente na piscicultura nem para suprir o mercado local.

Pesquisa e capacitação

Segundo Denise Gutierrez, a infraestrutura do Centro de Aquicultura foi modernizada e adaptada para atender as necessidades contemporâneas, com novos equipamentos adquiridos e instalados. “Trata-se de um convênio para execução de projeto voltado não apenas para a pesquisa aplicada, mas também para a capacitação de produtores do interior do Amazonas, o que significa uma resposta efetiva do Inpa para as demandas das populações locais. Nele, pesquisa e capacitação foram perfeitamente articuladas, ficando como exemplo para propostas futuras”, destacou a coordenadora.

Em 2018, também com recurso do projeto Iudaa/Finep (R$ 357.144,47), a Estação de Aquicultura do Inpa ampliou sua infraestrutura com a construção de uma fábrica de ração e uma sala de aula para curso de extensão, além da revitalização do prédio central desta Estação. Como resultados desses investimentos, o Grupo de Pesquisa “Aquicultura na Amazônia Ocidental”, do qual fazem parte os pesquisadores e alunos da Estação, vem contribuindo com a capacitação de profissionais da região Norte, com cursos sobre elaboração de rações e o uso da extrusora, além de minicursos sobre bioflocos e sanidade, ambos oferecidos para toda a sociedade.

“As pesquisas estão sendo realizadas com uma infraestrutura de melhor qualidade, o que podemos garantir que daqui a poucos anos estaremos disponibilizando serviços para as instituições de pesquisa do Norte do país, e os resultados gerados já podem ser utilizados pelo setor produtivo”, ressaltou Gusmão.  Os interessados podem entrar em contato pelo e-mail pgusmao1@yahoo.com.br.

Saiba mais sobre o Lafap

Instalado na Estação de Aquicultura do Inpa, Campus III (V-8), o Laboratório de Fisiologia Aplicado à Piscicultura conta com área total de 200 m2, sendo constituído de salas de pesquisadores, técnicos e alunos, almoxarifado, copa, três sanitários, três laboratórios (1 geral, 1 microscopia e outro de espectrofotometria). Possui um laboratório úmido de 100 m2 composto por vários tanques experimentais de fibra de diferentes tamanhos, aquários de vidro, gerador e sopradores.

O Laboratório possui inúmeros equipamentos modernos para as linhas de pesquisa na área de sanidade e sistema de produção e fisiologia, sendo os microscópios e o espectrofotômetro os mais modernos nesta área, além de inúmeras sondas multiparamétricas importadas, biofreezer, centrífuga refrigerada, balanças analíticas e muitos outros que fazem parte da rotina do laboratório. A equipe do grupo de pesquisa está se preparando para montar um laboratório de microbiologia para complementar os estudos.

 

*Com informações do INPA

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