A Polícia Civil revelou, nesta quinta-feira (11), detalhes da Operação Holograma, que resultou na prisão de três suspeitos de integrar uma organização criminosa responsável por aplicar golpes milionários com uso de inteligência artificial (IA). O grupo se tornou o primeiro caso de clonagem de biometria facial registrado no estado.
De acordo com o delegado Cícero Túlio, a investigação durou cerca de dois meses após denúncias de vítimas que descobriram financiamentos de veículos em seus nomes sem autorização. Laudos periciais mostraram que cerca de 99% das imagens usadas nas videochamadas de aprovação de crédito eram deepfakes, em um processo que a polícia chama de “plástica digital”.
Como funcionava o golpe
Os criminosos coletavam dados pessoais e fotos em bancos de dados e redes sociais, criando hologramas faciais em plataformas de IA. Durante videochamadas exigidas por concessionárias para liberar financiamento, usavam essas imagens manipuladas para se passar pelas vítimas e adquirir veículos zero quilômetro.
Posteriormente, acontecia o envio dos veículos para Ribeirão Preto (SP) e Uberlândia (MG), onde ocorria a revenda ou a utilização em outros crimes.
Prisões e apreensões
Além disso, a operação contou com apoio do GOE, DIG e Deic da Polícia Civil de São Paulo e da Delegacia Regional de Uberlândia. Desse modo, as autoridades cumpriram três mandados de prisão e quatro de busca e apreensão:
- Em Ribeirão Preto, aconteceram as prisões preventivas de um homem de 38 anos e uma mulher de 32. Eles são responsáveis por retirar veículos no Amazonas e remetê-los a outros estados.
- Em Uberlândia, uma mulher de 29 anos, com antecedente por tentativa de homicídio, foi presa temporariamente.
A polícia apreendeu três carros zero quilômetro, computadores, celulares e documentos que serão periciados para identificar outros envolvidos.
Crimes e investigações
Por fim, os detidos responderão por estelionato, associação criminosa, falsificação de documentos e falsidade ideológica. A polícia investiga se a quadrilha tem ligação com organizações criminosas do Sudeste e se utilizariam os veículos para transporte de drogas.