O segundo dia de paralisação do transporte coletivo em Manaus nesta sexta-feira (12) expôs a negligência do governador Wilson Lima com os trabalhadores do setor e com a população da cidade.
Rodoviários cruzam os braços por salários atrasados
Os rodoviários suspenderam os serviços em protesto pelo atraso no pagamento dos salários de agosto, que não chegaram à quitação no quinto dia útil de setembro. De acordo com o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Givancir Oliveira, o motivo é claro: o Governo do Amazonas não repassa os recursos do Passe Livre Estudantil. O programa que deveria ser custeado em parceria com a prefeitura. Desde janeiro, a prefeitura arca sozinha com os custos, enquanto o estado não envia um centavo.
O Sinetram confirmou que os valores estaduais chegaram a ser depositados judicialmente. Contudo, após a devolução ao Executivo, não houve liberação dos repasses e isso prejudicou a folha de pagamento dos trabalhadores.
O impasse entre prefeitura e estado
O prefeito David Almeida responsabilizou diretamente o governador Wilson Lima pela greve. Ele destacou não houve renovação para o convênio do Passe Livre Estudantil, firmado em 2022. Isso interrompeu a parceria que financiava a gratuidade estudantil. Almeida chegou a afirmar que a prefeitura não quer mais depender do estado. Desse modo, David sugeriu que as tratativas aconteçam diretamente com o Sinetram.
Em resposta, Lima afirmou que não houve atraso do governo e alegou que houve tentativa de acordo com as empresas. Todavia, não houve cumprimento dos termos e a contrapartida estadual seguiu para a Justiça. O governador ainda disse que o transporte público é obrigação constitucional da prefeitura, e que o valor da passagem de R$ 5,00 não poderia ser alterado para R$ 8, conforme pretendia a gestão municipal.
Consequências para trabalhadores e população
O resultado da omissão estadual é visível: rodoviários sem receber, empresas operando no limite e população prejudicada. A paralisação afetou aproximadamente 500 mil usuários do transporte coletivo em Manaus.
Enquanto o governador foge da responsabilidade, trabalhadores cruzam os braços e a população paga o preço.