O dólar completou a terceira sessão consecutiva de queda no Brasil e encerrou a sexta-feira (13) cotado a R$ 5,3537. Este é o menor valor desde 7 de junho do ano passado. A divisa acumulou recuo semanal de 1,11% e já cai 13,36% no ano, mesmo com a moeda norte-americana sustentando ganhos frente a outras divisas no exterior.
Analistas comentam que a Selic em 15% e a expectativa de corte de juros pelo Federal Reserve nos próximos meses reforçam a tendência de queda do dólar para a região de R$ 5,30. Às 17h06, na B3, o contrato futuro para outubro caía 0,72%, a R$ 5,3760.
Oscilação e fatores políticos
No início da sessão, a moeda chegou a tocar R$ 5,4043, acompanhando a alta no mercado externo, mas virou para o negativo ainda pela manhã. O diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior, destacou que “a região de R$ 5,40 tem se mostrado resistente. Todavia, o modelo aponta chance de queda em direção a R$ 5,30”.
O ambiente político também segue no radar dos investidores. Após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe de Estado, o mercado observa possíveis retaliações dos Estados Unidos. Afinal de contas, o presidente norte-americano Donald Trump impôs, em julho, tarifa de 50% a produtos brasileiros citando o julgamento de seu aliado.
Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora, avaliou que “o receio em relação a Trump ainda segura o dólar. Ele ficará mais próximo de R$ 5,40, mas a tendência natural é de queda”.
Atuação do Banco Central e cenário externo
Mesmo com o recuo firme da moeda no Brasil, o índice do dólar – que mede o desempenho frente a uma cesta de seis divisas – subia 0,09%, a 97,642. Pela manhã, o Banco Central vendeu US$ 1 bilhão em leilão de linha e 40 mil contratos de swap cambial. O vencimento da rolagem é para outubro.
Com o câmbio abaixo de R$ 5,40 e projeções indicando R$ 5,30, exportadores avaliam aumento do risco de a moeda seguir em queda. Portanto, existe a possibilidade de impactar as estratégias de venda de dólar no curto prazo.