O papa Leão, primeiro pontífice norte-americano da história, condenou os pacotes de remuneração bilionários pagos a executivos e fez críticas à Organização das Nações Unidas (ONU), em trechos de sua primeira entrevista à imprensa, divulgados neste domingo (14) pelo site católico Crux.
Durante a conversa, concedida em julho para uma biografia ainda não lançada, o papa citou o recente plano de remuneração da Tesla, avaliado em US$ 1 trilhão, para o CEO Elon Musk.
“CEOs, que há 60 anos poderiam estar ganhando de quatro a seis vezes mais do que os trabalhadores, estão recebendo 600 vezes mais agora”, afirmou.
“Ontem houve a notícia de que Elon Musk será o primeiro trilionário do mundo. O que isso significa e do que se trata? Se essa é a única coisa que tem valor, então estamos em um grande problema.”
Críticas à ONU
O pontífice também lamentou a perda de protagonismo da ONU na diplomacia internacional.
“A Organização das Nações Unidas deveria ser o lugar onde muitas questões são tratadas. Infelizmente, parece ser geralmente reconhecido que, pelo menos neste momento, perdeu sua capacidade de reunir as pessoas em questões multilaterais.”
Desafios no Vaticano
Eleito em maio de 2025, Leão disse que se sentiu preparado para a liderança espiritual dos 1,4 bilhão de católicos. Contudo, ele destacou o peso do papel político global:
“O aspecto totalmente novo deste trabalho é seu lançamento a nível de líder mundial. Estou aprendendo muito e me sentindo muito desafiado, mas não sobrecarregado.”
Natural de Chicago, o papa viveu décadas como missionário no Peru e adota um estilo mais reservado do que seu antecessor, Francisco, preferindo entrevistas raras e textos preparados.