Em meio à crescente tensão com os Estados Unidos, a Venezuela iniciou nesta quinta-feira (18) o exercício militar “Caribe Soberano”, uma operação de três dias na estratégica ilha de La Orchila. Ela está localizada a 180 km da costa venezuelana. A manobra é uma resposta direta ao envio de destróieres norte-americanos ao Caribe sob alegação de combate ao tráfico de drogas.
De acordo com o vice-almirante Irwin Raul Pucci, a operação mobiliza 25 mil soldados, 12 embarcações, 22 aeronaves — incluindo caças — e 20 barcos da milícia naval especial. Imagens da TV estatal mostram navios de guerra e peças de artilharia posicionados na região.
O presidente Nicolás Maduro declarou que a Venezuela enfrenta “agressão militar em curso” e convocou a população a se alistar para “defender a pátria”. O ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, afirmou que o país precisa elevar sua capacidade operacional diante do “grande deslocamento de destróieres norte-americanos equipados com mísseis de cruzeiro”, que, segundo ele, ameaçam toda a América Latina.
A escalada ocorre enquanto Washington acusa Maduro de liderar um cartel de drogas e oferece recompensa de US$ 50 milhões por sua captura. Em reação, o ministro do Interior, Diosdado Cabello, destacou que a Venezuela apreendeu mais de 60 toneladas de entorpecentes em 2024. Por fim, ele classificou as acusações de envio de fentanil como “difíceis de acreditar”.
Especialistas alertam que, embora um confronto direto seja improvável, a retórica agressiva e a movimentação de tropas aumentam o risco de incidentes militares no Caribe. Isso eleva a tensão regional.