A Polícia Federal (PF) abriu inquérito para apurar a origem e a rede de distribuição de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol, substância tóxica que já causou três mortes e dez casos de intoxicação em São Paulo. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou a decisão nesta terça-feira (30).
A suspeita é de que facções criminosas estejam por trás da adulteração, e que a operação possa ultrapassar os limites do estado de São Paulo. O diretor-geral da PF, André Rodrigues, também indicou possíveis conexões com investigações em andamento no Paraná, ligadas à cadeia de combustíveis.
O Ministério da Justiça determinou ainda a abertura de um processo administrativo pela Senacon, para apurar infrações ao Código de Defesa do Consumidor.
Já o Ministério da Saúde, por meio do ministro Alexandre Padilha, classificou o surto como “anormal”. O governo federal vai emitir uma nota técnica nacional, ampliar a vigilância e reforçar os centros de atendimento toxicológico (CIATox). O ministro alertou para sintomas como dor abdominal intensa e alterações visuais, que podem surgir até 24 horas após o consumo.
A recomendação oficial é buscar atendimento médico imediato em caso de suspeita.
O que é metanol?
O metanol é um tipo de álcool industrial altamente tóxico, utilizado como solvente, combustível e em processos químicos. Quando ingerido, pode causar cegueira, danos neurológicos graves e até morte, mesmo em pequenas quantidades. Ele não é seguro para consumo humano e sua presença em bebidas é resultado de adulteração criminosa.