Durante uma operação no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, policiais militares do BOPE — a tropa de elite da Polícia Militar — foram flagrados furtando pertences de moradores. As imagens dos crimes vieram, ironicamente, da própria tecnologia adotada para garantir a transparência nas ações: as câmeras corporais acopladas aos uniformes dos agentes.
Em um dos registros mais graves, um dos policiais entra em uma residência e começa a revistar um guarda-roupa, mexendo entre cabides e roupas. Ele separa alguns objetos, coloca em uma sacola e sai do local como se aquilo fizesse parte da operação. A naturalidade da ação revela um comportamento incompatível com a função de proteção pública que os agentes deveriam cumprir.
Após a divulgação das imagens, a Polícia Militar do Rio de Janeiro confirmou sua veracidade e informou que afastou das ruas os policiais envolvidos. Por enquanto, eles permanecem em funções administrativas, até que concluam o caso.
A conduta criminosa motivou a abertura de um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar o furto. A corporação finalizou o procedimento e já está nas mãos do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). Agora, o órgão analisará o material para decidir se oferecerá denúncia formal contra os envolvidos.
As imagens chocaram a opinião pública não só pela ação ilegal, mas pelo fato de terem sido registradas por um instrumento criado justamente para inibir abusos e garantir a confiança nas operações policiais.