A Polícia Civil divulgou, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (1), a prisão de um homem de 32 anos, investigado por estupro de vulnerável de um adolescente de 14 anos. A captura do acusado ocorreu bairro Urucu, em Coari, interior do Amazonas, no último domingo (29).
Conforme o delegado José Barradas, as investigações iniciaram há uma semana, quando o Conselho Tutelar encaminhou a vítima à delegacia para registrar a denúncia. Inicialmente, a mãe do adolescente percebeu que ele não estava bem de saúde e passava o dia sonolento, motivo pelo qual estava há uma semana sem frequentar a escola, devido às altas doses do medicamento.
“A genitora também observou que a vítima tinha várias lesões nas partes intimas. Preocupada, ela decidiu levá-lo ao hospital. Lá, os médicos constataram a prática do estupro de vulnerável, bem como as perfurações por agulhas no braço. O adolescente foi ouvido na delegacia e o submeteram aos exames de conjunção carnal e de corpo de delito”, explicou o delegado.
Vítima conheceu acusado através de jogo
De acordo com o delegado, com o avançar das investigações, identificou-se que o autor conheceu a vítima por meio do jogo eletrônico Free Fire. Então, partir desse contato, a chamou para jogar em sua casa, onde ele dopou o adolescente e praticou o crime.
“Em depoimento, o adolescente contou que o indivíduo o convenceu a aplicar uma injeção para gripe. Depois disso ele lembra vagamente do que aconteceu, em razão do sedativo que o suspeito aplicou. Logo que iniciamos as investigações, já identificamos que o autor é uma pessoa investigada em mais de 10 Inquéritos Policiais (IPs) por estelionato. Não sendo suficiente, ele já chegou inclusive a se passar por médico em Coari”, contou o delegado.
Ainda conforme o delegado, as investigações irão continuar para apurar se há outras possíveis vítimas do autor. Ademais, as autoridades também não descartam a participação de um técnico de enfermagem que ajudou o homem a ter acesso a medicamentos de um hospital de Coari.
Durante o cumprimento dos mandados de prisão preventiva e busca e apreensão na residência do indivíduo, a equipe policial encontrou vários medicamentos controlados e utilizados para fins de sedação. Além disso, as autoridade apreenderam seringas e receitas de uso controlado, bem como o aparelho celular do homem e o sistema de segurança da residência dele.
O diretor do IML, perito e médico legista, Sérgio Machado, esclareceu que os medicamentos apreendidos são exclusivos de hospital. Por essa razão, ninguém os encontra em farmácia. Ele também explicou que os medicamentos possuem poder sedativo de até 24 horas e, se aplicado, corre risco de a pessoa não recordar o que aconteceu anteriormente.
“Se tratam de remédios que causam uma sonolência de 24 horas, ou seja, a pessoa vai perder um pouco da força e da reação. Ademais, eles também possuem o agravante em causar amnésia. Nesse caso, houve a sorte do adolescente recordar o que aconteceu. Porém, tem gente que pode não ter o mesmo benefício”, explicou o diretor do IML.
Procedimentos
O homem responderá por estupro de vulnerável e está à disposição da Justiça.