O cometa interestelar 3I/ATLAS despertou o interesse da comunidade científica após o identificarem cruzando o Sistema Solar. A descoberta também gerou confusão nas redes sociais, com boatos sobre um suposto alerta internacional — informação já desmentida pelos astrônomos.
Segundo Thiago Signorini Gonçalves, diretor do Observatório do Valongo (UFRJ), trata-se apenas da terceira vez que detectam um objeto vindo de outro sistema planetário. “É uma excelente oportunidade para estudar a formação de sistemas planetários e comparar sua composição com a dos cometas do nosso sistema”, explica.
O astrônomo Marcelo De Cicco, doutor pelo Observatório Nacional, destacou que o 3I/ATLAS apresenta comportamento químico incomum. Ele possui alta emissão de dióxido de carbono e pouco vapor d’água, além de indícios de níquel e ferro no núcleo — algo raro em cometas conhecidos.
A IAWN (International Asteroid Warning Network), ligada à ONU, organizou uma campanha internacional de observação para aprimorar medições do cometa, e não um alerta de risco. De acordo com a Nasa, o corpo celeste passará a cerca de 270 milhões de quilômetros da Terra, sem qualquer chance de colisão.
“Não houve nenhum alerta, isso foi um exagero”, afirma De Cicco. O objetivo é reunir dados enquanto o cometa ficará visível entre dezembro e janeiro.
Para os cientistas, o 3I/ATLAS representa um laboratório natural. Assim, ele oferece uma rara chance de estudar a diversidade química e física de objetos vindos de fora do Sistema Solar.
