Em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde na tarde desta segunda-feira, 31, o ex-secretário de Estado de Saúde (Susam), Rodrigo Tobias, afirmou que o Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), Organização Social (OS) que gerencia o Hospital e Pronto Socorro Delphina Aziz, não cumpriu as metas descritas no contrato de gestão e que, mesmo assim, recebeu do Governo por 100% dos serviços prestados.
Em sua oitiva, Tobias admitiu que o INDSH não ofertou a totalidade dos serviços no Delphina, mesmo com pagamento integral de R$ 8,4 milhões por mês, e reconheceu que houve falhas na fiscalização por parte da Susam. Além disso, o ex-secretário admitiu que tanto o governador do Amazonas, Wilson Lima, quanto o vice, Carlos Almeida, sabiam das decisões tomadas em relação ao contrato da OS na administração do hospital.
Para o deputado estadual Wilker Barreto (Podemos), o contrato firmado entre o Governo e a Organização Social continua lesando os cofres públicos do Estado.
“Eu não consegui encontrar até hoje uma vantagem para o Estado e a sociedade no contrato da OS porque tudo é benéfico para eles, só não é para o povo. Isso é um contrato nocivo para o contribuinte”, explicou o titular da CPI.
Na ocasião, o parlamentar ainda criticou a ação do ex-secretário em assinar o termo aditivo de quase R$17 milhões, o qual indicava uma cláusula que descartava o plano de metas da OS.
“Isso é inadmissível. Como é que um Estado pode deixar milhões nas mãos de uma OS, esperando ser compensado no futuro, sendo que tem unidades de saúde parando por falta de investimento”, indagou Barreto.