A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (25) os ex-ministros do governo Bolsonaro, generais da reserva Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira. As autoridades os encaminharam para o Comando Militar do Planalto (CMP), em Brasília.
Os dois, que exerceram papéis-chave no governo anterior — Heleno como ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e Nogueira como ministro da Defesa. A detenção ocorre após o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar o trânsito em julgado de suas sentenças. Portanto, isso significa o fim das possibilidades de recursos e permite a execução de suas penas.
Ambos seguiram para o CMP, uma unidade militar no Setor Militar Urbano da capital federal, onde ficarão detidos em instalações simples, adaptadas para recebê-los. As chamadas “salas de Estado-Maior” garantirão a custódia dos generais, além de possuírem camas e mobiliário básico.
Além disso, a rotina dos militares na prisão seguirá as normas aplicadas à custódia de outros militares em organizações do Exército. A informação é do Centro de Comunicação Social do Exército.
Em nota, a defesa do General Heleno expressou “profunda indignação” com o que consideram um desvio no processo judicial. Além disso, os advogados a classificaram como um “julgamento de exceção”. Ademais, a defesa reafirma a convicção de Heleno sobre sua inocência e argumenta que ele não cometeu qualquer crime relacionado aos eventos que levaram à sua prisão.
Tentativa de golpe
A prisão dos ex-ministros ocorre no contexto da investigação sobre a trama golpista que envolveu tentativas de desestabilizar o processo democrático após a eleição de 2022. O CMP, que já foi palco de reuniões de alto nível durante o governo Bolsonaro, foi o local onde ocorreu uma reunião tensa entre civis e militares para decidir sobre a prisão dos manifestantes envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
Com a execução da prisão, o governo de Jair Bolsonaro continua sendo um ponto central das investigações sobre os acontecimentos que marcaram a tentativa de golpe, com desdobramentos envolvendo figuras chave da administração anterior.
