O prefeito de Maricá (RJ) e vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá, protagonizou uma forte discussão durante um seminário do partido sobre segurança pública, nesta terça-feira (2), no Rio de Janeiro. Ao comentar a operação policial realizada em outubro nos Complexos da Penha e do Alemão — ação que resultou em 122 mortes, incluindo cinco agentes de segurança — o político voltou a defender a atuação do Bope.
Primeiramente, Quaquá afirmou que a tropa de elite da PM “só matou otário, vagabundo, bandido”, e justificou que nenhum trabalhador teria sido vítima. “Ou entramos nesses territórios para transformar a realidade e libertar o povo, ou ninguém fará isso. Eu perguntei: ‘Tinha trabalhador lá?’. Não. Era tudo bandido”, declarou.
A plateia reagiu imediatamente, chamando a afirmação de “mentira”. Uma mulher, bastante exaltada, interrompeu o discurso dizendo que uma das vítimas era pedreiro e morreu brutalmente. Quaquá respondeu em tom ríspido: “Você vai me deixar concluir ou vai continuar berrando? Eu ouço bobagens o tempo todo. Democracia também é ouvir o que não gostamos”.
O embate reacendeu críticas dentro e fora do PT. Embora Quaquá já tivesse expressado apoio à operação em outras ocasiões, suas falas contrastam com a posição de lideranças da legenda. No mês passado, o presidente Lula classificou a ação como “matança”. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, também já havia taxado a operação como “desastrosa”.
