O conservador José Antonio Kast venceu a eleição presidencial do Chile neste domingo (14), conduzindo o país à sua guinada mais acentuada à direita desde o fim da ditadura militar, em 1990. No segundo turno, Kast obteve 58,30% dos votos, contra 41,70% da candidata de esquerda Jeannette Jara, com mais de 95% das urnas apuradas.
Ao reconhecer a derrota, Jara afirmou que a “democracia falou alto e claro” e disse ter desejado sucesso a Kast “para o bem do Chile”.
A campanha de Kast foi fortemente marcada pelo discurso de combate à criminalidade e à imigração irregular. O motivo se deve ao aumento da violência no país nos últimos anos. Portanto, o presidente eleito defende medidas duras, como deportações em massa, uso das Forças Armadas em áreas violentas e a criação de uma polícia migratória. O modelo é uma inspiração dos Estados Unidos.
Esta foi a terceira tentativa de Kast à Presidência, após perder para Gabriel Boric em 2021. Considerado por muitos eleitores como extremista, ele conseguiu ampliar apoio entre setores preocupados com segurança pública e controle das fronteiras.
A vitória de Kast se soma ao avanço recente da direita na América Latina, ao lado de nomes como Javier Milei (Argentina), Nayib Bukele (El Salvador) e Daniel Noboa (Equador).
Apesar do triunfo, o novo presidente enfrentará um Congresso dividido, o que pode dificultar a aprovação de propostas mais radicais. Ainda assim, o mercado reagiu positivamente à eleição. Os economistas avaliaram que há expectativa de menos regulação econômica em um país que é líder mundial na produção de cobre e um dos principais produtores de lítio.
