O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (29) que forças norte-americanas atingiram uma área na Venezuela onde embarcações eram carregadas com drogas. De acordo com ele, houve uma grande explosão na região do cais utilizada pelo tráfico, marcando o que pode ser a primeira operação terrestre conhecida dos EUA em território venezuelano desde o início da campanha de pressão contra o governo de Nicolás Maduro.
“Houve uma grande explosão na área do cais onde eles carregam os barcos com drogas. Atingimos todos os barcos e agora atingimos a área. É a área de implementação”, declarou Trump. No entanto, não ficou claro qual órgão do governo dos Estados Unidos realizou a ação nem qual foi exatamente o alvo atingido.
Trump já havia mencionado anteriormente que autorizou a CIA a conduzir operações secretas na Venezuela. Na semana passada, em um programa de rádio, o presidente fez comentários vagos sobre uma suposta operação contra uma “grande instalação” no país sul-americano.
A CIA, a Casa Branca e o Pentágono não deram detalhes adicionais sobre as declarações do presidente e se recusaram a comentar questionamentos feitos pela imprensa internacional. Até o momento, o governo venezuelano também não se manifestou sobre o episódio, e não há relatos independentes confirmando o ataque dentro da Venezuela.
Os Estados Unidos vêm destacando resultados de operações contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas no Caribe. O Pentágono, inclusive, publicou imagens em redes sociais mostrando ataques a barcos ligados ao narcotráfico.
Pressão sobre o governo Maduro
No mês passado, foi informado que os Estados Unidos estavam preparados para iniciar uma nova fase de operações relacionadas à Venezuela, intensificando a pressão sobre o governo de Nicolás Maduro. Autoridades norte-americanas indicaram que ações secretas poderiam ser o primeiro passo dessa nova estratégia.
A missão dos EUA tem se concentrado principalmente em ataques militares contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas, operações que vêm sendo acompanhadas de perto pelo Congresso norte-americano. De acordo com dados divulgados, mais de 100 pessoas morreram em mais de 20 ataques realizados no Caribe e no leste do Oceano Pacífico.
No início deste mês, líderes militares dos Estados Unidos relataram aos parlamentares um incidente ocorrido em setembro, no qual um ataque matou 11 pessoas. Sobreviventes desse primeiro ataque teriam sido mortos em uma segunda ação, o que aumentou o debate sobre a condução dessas operações.
