O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, falou no início da tarde desta terça-feira (10) sobre o “evento adverso grave” que motivou a agência a suspender as pesquisas da CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan. Ao detalhar a decisão, o dirigente da agência afirmou que a decisão foi tomada especificamente pela área técnica.
– Essa decisão é técnica, essa decisão não depende de aval nem da doutora Alessandra [Soares, diretora da Segunda Diretoria da Anvisa], nem meu, é uma decisão técnica. Tenho dito sempre que as decisões da Anvisa são decisões de colegiado – disse Barra Torres.
O diretor-presidente ainda destacou que o motivo para a suspensão foi o fato de que as informações repassadas para a agência eram “insuficientes e incompletas” para continuar permitindo o desenvolvimento do imunizante e declarou que, diante de informações incompletas, essa era única decisão a ser tomada.
– Para ser tirada [a dúvida sobre o evento adverso], documentos claros, precisos e completos têm que ser enviados pra nós, o que não aconteceu […] em sede de dúvidas, paramos – declarou.
Barra Torres ainda fez uma analogia com o futebol ao dizer que a paralisação da pesquisa foi como o uso do VAR, que serviu para que não houvesse dúvida sobre os riscos da doença, e destacou que a agência não é parceira das pesquisas, mas que atua como árbitra dos imunizantes.
– A Anvisa não é parceira de nenhum desenvolvedor, de nenhum laboratório, não somos parceiros. A imagem que coloco pra vocês é de um juiz [de futebol] – completou.