O governador Wilson Lima e o vice Carlos Almeida Filho são alvos de mais um pedido de impeachment na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). A denúncia de que os governantes cometeram crime de responsabilidade é de abril, mas os autores do pedido apresentaram novos argumentos à petição inicial nesta quarta-feira (18).
Em nota, a Assembleia informou que o pedido de acréscimo das informações foi apresentado no Expediente da Casa, nesta quarta, conforme previsto no regimento interno. As denúncias ainda estão sob análise da Procuradoria-Geral do órgão.
Em abril, o Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam) entrou com o mesmo pedido, mas a maioria dos parlamentares votou pelo arquivamento, em agosto. Desta vez, o pedido é de representantes do Conselho Regional de Administração (CRA-AM) e Conselho Regional de Economia (Corecon), que entraram com “Reiteração de Denúncia” nesta quarta.
A denúncia foi apresentado por Inácio Guedes Borges, do CRA, e Francisco de Assis Mourão Júnior, do Corecon. Ao pedido de impeachment, foram anexadas denúncias recentes relacionadas a improbidade administrativa na Saúde.
No documento, foram anexadas reportagens, processos judiciais, relatórios dos Ministérios Públicos Federal e Estadual, entre outros documentos.
Na primeira fase da Operação Sangria, o governador Wilson Lima foi alvo de busca e apreensão, e oito pessoas foram presas, incluindo a secretária de Saúde da época, Simone Papaiz. Na segunda fase, o vice-governador Carlos Almeida foi alvo de busca e apreensão, e mais cinco pessoas foram presas.
A operação da Polícia Federal investiga uma suposta organização criminosa instalada no Governo do Amazonas com o objetivo de desviar recursos públicos destinados a atender às necessidades da pandemia de Covid-19. Mais de 4,7 mil pessoas já morreram com a doença no estado, até esta terça (17).
Agora, caberá ao presidente da Assembleia, Josué Neto, depois de parecer da procuradoria do órgão, decidir se acolhe ou não o pedido. Em caso de acolhimento, os parlamentares deverão decidir, mais uma vez, os membros da comissão especial para avaliar o pedido.
O governador Wilson Lima afirmou, em nota, que o aditamento feito, como novos documentos protocolados, “nada acrescentam ao pedido de impeachment”, citando o processo anterior, que foi arquivado por falta de fundamento jurídico. Para ele, a iniciativa está contaminada pelo processo político-eleitoral, do qual ele não faz parte, em que grupos políticos de oposição coordenam uma campanha caluniosa e difamatória. Carlos Almeida afirmou, por meio de assessoria, que não vai se manifestar.