O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concedeu clemência ao ex-assessor Steve Bannon como parte de uma onda de indultos e comutações emitidas em suas horas finais no cargo, mas não perdoou a si mesmo, membros de sua família ou o advogado Rudy Giuliani.
Trump deixa o cargo nesta quarta-feira (20), quando Joe Biden é empossado como o próximo presidente do país. Funcionários da Casa Branca argumentaram com Trump que ele não deveria perdoar a si mesmo ou sua família porque pode parecer que eles são culpados de crimes, de acordo com uma fonte familiarizada com a situação.
Bannon, que foi um conselheiro-chave na corrida presidencial de Trump em 2016, foi acusado no ano passado de burlar os partidários do próprio presidente por causa de um esforço para levantar fundos privados para construir o muro do presidente na fronteira EUA-México. Ele se declarou inocente.
“Bannon foi um líder importante no movimento conservador e é conhecido por sua perspicácia política”, disse a Casa Branca em um comunicado. Funcionários da Casa Branca aconselharam Trump a não perdoar Bannon. Os dois homens reacenderam recentemente seu relacionamento, enquanto Trump buscava apoio para suas alegações não comprovadas de fraude eleitoral, disse uma autoridade ligada ao presidente.
Como parte de mais de 140 indultos e comutações, Trump também perdoou Elliott Broidy, um ex-grande arrecadador de fundos para Trump que se confessou culpado no ano passado por violar leis de lobby estrangeiras, e o ex-prefeito de Detroit Kwame Kilpatrick, que cumpria uma pena de prisão de 28 anos em acusações de corrupção.
Os rappers Lil Wayne e Kodak Black, que foram processados por crimes federais com armas, também receberam perdões.
Giuliani, que esteve à frente dos esforços malsucedidos de Trump para derrubar a eleição presidencial de 2020, não foi acusado de um crime, mas os investigadores têm investigado suas atividades na Ucrânia.
Trump foi cassado pela Câmara, liderada pelos democratas, na semana passada, sob a acusação de incitar a invasão do Capitólio dos Estados Unidos em 6 de janeiro por partidários do presidente. Ele pode enfrentar um julgamento no Senado e ser impedido de concorrer à presidência novamente se for condenado.