28.3 C
Manaus
24 de agosto de 2025
AmazonasDestaques

Manejo Florestal: Tefé recebeu primeira feira de jacaré de manejo

Jacaré FOTO: Instituto Mamirauá

O maior jacaré das Américas, o amazônico jacaré-açú já foi ameaçado de extinção pela pressão da caça na década de 1970 na região do Médio Solimões, Amazônia Central. Após a criação de unidades de conservação que buscam alinhar desenvolvimento e conservação da biodiversidade, a população da espécie se recuperou e hoje, com o manejo recém-implementado, é a mais nova alternativa de renda para comunidades ribeirinhas da Amazônia.

Com baixo índice de gordura e rica em proteína, a carne do animal foi vendido no último sábado (07), na 1º Feira de Jacaré Manejado de Tefé, no estado do Amazonas. O evento aconteceu no Mirante das Mangueiras, no centro do município.

Foram colocados à venda quase 600 quilos de carne de jacaré provenientes de abate que aconteceu do dia 4 ao dia 6 na comunidade Jarauá, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. O abate foi o primeiro do pioneiro e recém-regulamentado plano de manejo sustentável da espécie do Brasil.

Os preços variaram de R$6 a R$15 o quilo, de acordo com a parte do animal, foram comercializados rabo, coxa, sobrecoxa, pescoço, costela e lombo.

Diogo Lima, analista de pesquisa e responsável pelo Programa de Manejo e Conservação de Jacarés do Instituto Mamirauá, afirma que a feira é importante passo para tornar o manejo uma atividade viável aos envolvidos.  “A feira é quando nós podemos analisar as formas de escoamento de produtos em nível local. Isso permite identificar a demanda e o público consumidor para fornecer um produto mais atrativo e que atinja melhores valores. Essa primeira feira mostrar quem consome, o que e quais aspectos são determinantes nesse consumo”, explica.

Os 28 animais capturados foram abatidos, processados e tratados na Planta de Abate Remoto, a Plantar, uma estrutura piloto para o desenvolvimento do manejo participativo de jacarés.

A Plantar deve servir de modelo a todo o estado de Amazonas, em acordo com as legislações vigentes e conciliando sustentabilidade ambiental, tecnologia e inovação, e adequação às exigências higiênicas e sanitárias. É uma estrutura flutuante de metal, de 112 metros², com tecnologias adaptadas para geração de energia e tratamento de água e resíduos.

O abate foi realizado pelos moradores da comunidade com assessoria técnica do Instituto Mamirauá, organização social fomentada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

A feira é realizada pelo Instituto Mamirauá com financiamento da Fundação Gordon e Betty Moore e tem o apoio da Prefeitura Municipal de Tefé e do Instituto de Desenvolvimento Agropecuária do Estado do Amazonas (IDAM). O evento também conta com suporte de armazenamento do Entreposto Distribuidora de Peixes da Amazônia.

O Plano de Manejo de Jacaré-Açú é resultado de trabalho realizado pelo Instituto Mamirauá junto à Associação de Produtores do setor Jarauá (APJ) e conta apoio da Departamento de Mudanças Climáticas e Unidades de Conservação (Demuc), Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), Ibama, Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf) e prefeituras municipais de Alvarães e Uarini.

*Com informações do Instituto Mamirauá

Leia mais

Mulheres da Virada Feminina realizam ação solidária em Manaus para pessoas em situação de rua

Matheus Valadares

Trabalhador passa mal, cai de andaime e morre no shopping Cidade Leste

Matheus Valadares

Flamengo conquista o bicampeonato da Copa Intercontinental Sub-20 com vitória épica nos pênaltis

Matheus Valadares

Ao continuar navegando, você concorda com as condições previstas na nossa Política de Privacidade. Aceitar Leia mais

Ao utilizar este conteúdo, não esqueça de citar a fonte!