Pelo menos 100 funcionários do HPS 28 de Agosto realizaram um protesto na manhã desta segunda-feira, 27, cobrando o governo do Amazonas por melhorias de trabalho. Com faixas e cartazes, o grupo bloqueou parte da avenida Recife, na Zona Centro-Sul de Manaus, justamente na área que dá acesso ao hospital, pedindo “socorro”.
Eles denunciam a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e prometeram paralisar o atendimento se não tiverem suas reivindicações atendidas.
Durante o protesto, os manifestantes apresentaram fotos de colegas profissionais da saúde que morreram infectados pelo coronavírus. Um enfermeiro que não quis se identificar, chorando, denunciou que trabalha em condições precárias e quando ficou doente não recebeu atendimento no próprio hospital em que trabalha.
Ele disse que a direção do hospital está fazendo ameaças. “Não temos equipamentos, ninguém olha para gente. Nossa classe está morrendo ao trabalhar na linha de frente”, denunciou.
Uma enfermeira também acusou a direção do hospital de não apoiar os profissionais que estão ficando doentes pela Covid-19 e que quando ficou doente também não recebeu atendimento do 28 de Agosto e que se sente impotente diante desta situação.
A representante do Sindicato de Saúde do Amazonas (Sindisaúde), Gleidinir Francisco, participou da manifestação e afirmou que até o momento 16 óbitos já ocorreram entre os profissionais de saúde, 400 estão infectados pela Covid-19 e mais 1 mil afastados pela doença.
Ela ainda denunciou que as pessoas do grupo de risco acima dos 60 anos, hipertensos e diabéticos não estão trabalhando em casa e estão na linha de frente sem EPIs adequados.
“Estamos reivindicando principalmente a segurança para os nossos trabalhadores para que eles não venham mais ser infectados porque eles estão morrendo. Estamos perdendo nossos profissionais de saúde para essa Covid-19, esse vírus, por falta de EPIs adequados, material de proteção. Essa é a nossa preocupação do sindicato na área da saúde na capital e no interior. Estamos fazendo um apelo ao Estado desde o dia 19 de março e eles não têm nos ouvido”, denunciou.