O ex-governador Sérgio Cabral foi transferido na noite desta segunda-feira (23) do quartel do Corpo de Bombeiros do Humaitá, na Zona Sul do Rio, para a Grupamento Especial Prisional (GEP) da corporação em São Cristóvão, na Zona Norte.
Cabral estava no quartel desde o último dia 6 de maio, quando o comando do Corpo de Bombeiros optou por levá-lo para lá em vez do GEP. A determinação foi da juíza Ana Paula Abreu Filgueiras, da Vara de Execuções Penais.
No entanto,em sua decisão, a juíza afirma que, após vistoria no GEP, foi constatado que a unidade fica ao lado de duas escolas, não havendo proximidade de comunidades, e com um grande espaço de circulação e estacionamento.
O relatório aponta ainda que as celas são espaçosas, comportando dois presos por unidade, e cita que há uma cela vazia e outra com somente um preso. Também de acordo com o documento, os corredores são monitorados por câmeras, havendo sistema de ventilação nos corredores e celas bem como de umidificação. Diz ainda que Oficial do Dia que estava de plantão no momento da inspeção informou ao juiz que não está ocorrendo obra do pavilhão dos presos ou nas galerias de alojamentos.
Em nota, os advogados que representam o ex-governador citam que a defesa somente tomou conhecimento de que o juiz havia realizado inspeção no GEP e indicava para a atual juíza a transferência de Cabral para a referida unidade prisional. Eles ressaltam que “o ofício contraria o que fora determinado pelo próprio Comandante dos Bombeiros, que justificou a impossibilidade da permanência do ex-governador no GEP por questões de segurança”.
O ex-governador Sérgio Cabral responde a 33 processos e foi condenado em 22 deles, somando penas de 407 anos de prisão na Justiça Federal do Paraná e do Rio. Ele está preso desde novembro de 2016 e, em setembro de 2021, foi autorizado, pelo juiz Marcelo Bretas, a ser transferido da Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, no Complexo de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio, para o Batalhão Especial Prisional, em Niterói, na Região Metropolitana do estado.
Porém, no início deste mês, o juiz Bruno Monteiro Ruliere ordenou, a transferência de Cabral e outros detentos para Bangu 1. A decisão foi tomada após uma vistoria feita pela Justiça e pela Corregedoria da PM no Batalhão Especial Prisional (BEP), em Niterói, onde Cabral estava preso, que flagrou indícios de mordomias desfrutadas por detentos da unidade: toalhas bordadas com nome de Cabral, cigarro eletrônico, assistente virtual, celulares e TV com acesso à internet.
Agência O Globo