A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta terça-feira (24) que, nas últimas semanas, foram detectados 131 casos de varíola dos macacos em países considerados não endêmicos, sendo que Espanha, Portugal e Reino Unido aparecem entre aqueles que mais registraram positivos.
No território espanhol se concentra quase um terço dos casos, com um total de 40, enquanto no português são 37 e no britânico são 20. As informações foram repassadas por representantes da agência da Organização das Nações Unidas (ONU), durante sessão técnica dentro da assembleia anual da organização.
Ao todo, foram confirmados casos positivos em 17 países, a maioria da Europa. Também há registros no Canadá (cinco), Estados Unidos (dois), Austrália (dois), Paquistão (dois) e Israel (um).
Além disso, há 106 casos suspeitos no mundo, sendo que 51 deles estão concentrados na Espanha. Ainda há 17 suspeitas no Canadá, 15 na Itália e um na Argentina.
A varíola dos macacos é endêmica há, pelo menos, 40 anos, em países da África Ocidental e Central, embora tenham sido registrados casos em outras regiões, ligados a viajantes que estiveram em áreas afetadas.
Rosamund Lewis, especialista do departamento de varíola da OMS, afirmou, em entrevista coletiva, que os focos detectados até o momento são pequenos (familiares ou de grupos de conhecidos). A representante da agência lembrou que a principal via de transmissão é o contato próximo, por isso, o risco para a população em geral é considerado baixo.
Os sintomas da varíola dos macacos podem incluir febre, inflação dos nódulos linfáticos, dores de cabeça, fadiga muscular e erupções cutâneas no rosto, mãos, pés, olhos ou genitais. Lewis recomendou que as pessoas que apresentarem sintomas procurem um médico, façam isolamento domiciliar e evitem o contato físico com outras pessoas.
A vacina contra a varíola convencional, doença de maior gravidade, é eficaz em 85% contra a variante que está circulando atualmente. As gerações mais jovens, contudo, não estão vacinadas contra a varíola, que é considerada erradicada globalmente faz quatro décadas, o que levou ao fim das campanhas de imunização.
Por causa disso, Lewis reconheceu que as vacinas existentes atualmente no mundo contra a varíola são “limitadas”.
O primeiro caso da varíola dos macacos foi detectado em 1970, em uma criança na República Democrática do Congo, país que, neste ano, registrou 12 mil casos suspeitos.