A polícia deu detalhes chocantes sobre como o vigilante Kaio Claudino de Souza, 25, agiu para matar a servidora do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) Silvanilde Veiga no condomínio Gran Vista, no bairro Ponta Negra, na zona Oeste de Manaus.
De acordo com a delegada da DEHS, Marília Campelo, Kaio é vigilante de outro condomínio e foi chamado para reforçar a segurança no Gran Vista no dia do crime, 21 de maio, pois ocorreria um evento no local. O suspeito chegou na unidade habitacional por volta das 14h para prestar o serviço.
Segundo o delegado Ricardo Cunha, durante análise das câmeras de segurança foi possível ver Kaio nervoso, fazendo uso do elevador por diversos andares do condomínio e aparentava estar incomodado, como se estivesse sob efeito de drogas. Quando o suspeito chegou no 14º andar, ele parou e ficou cerca de 13 minutos, porém, não havia câmeras de segurança no corredor para que pudessem mostrar a ação do suspeito.
Conforme Cunha, Kaio teria tentado entrar em outros apartamentos até que ele encontrou a oportunidade de abordar a servidora Silvanilde. A suspeita é de que a vítima teria sido vista com um celular na mão após sair de casa rapidamente para jogar o lixo ou pegar algo no carro, e ao retornar para casa foi abordada pelo vigilante que tinha interesse, inicialmente, em roubar o telefone da mulher.
Na versão apresentada por Kaio durante depoimento, ele confessou que estava sob efeito de cocaína e bateu na porta de Silvanilde informando que precisava olhar o quadro de luz do apartamento, momento em que a vítima abriu a porta e permitiu a entrada dele por volta das 17h50.
Ao entrar, Kaio exigiu o telefone da mulher e transferências via pix, porém, ambos entraram em luta corporal. De acordo com a delegada Campelo, o suspeito já estava armado com uma faca quando entrou na casa e deu diversos golpes na mulher, além das agressões. A mulher foi morta com requintes de crueldade, pois, ela apresentava 14 facadas, sendo a maioria no pescoço, entre elas um golpe final.
Após o crime, o suspeito fugiu com o celular e apareceu em câmeras saindo do condomínio por volta das 18h06 com as roupas sujas de sangue. Conforme o delegado Cunha, o suspeito ainda tentou se lavar após cometer o crime. Ele deixou a motocicleta que pertencia ao condomínio e solicitou um carro por aplicativo. Durante a corrida, ele jogou o celular de Silvanilde.
Ainda conforme a delegada Marília, o suspeito não conhecia a família e nem a vítima, e a escolheu aleatoriamente. A prisão de Kaio aconteceu nesta terça-feira (31), 10 dias após o crime, na casa em que ele mora com a família no bairro Coroado, na zona Leste de Manaus.