Manaus/AM – A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), afirmou nesta terça-feira (7), que uma equipe com 60 pessoas está realizando buscas nos 200 quilômetros do percurso que o indigenista Bruno Pereira e o jornalista do The Guardian Dom Phillips deveriam ter feito, que inicia na comunidade São Rafael e segue até o município de Atalaia do Norte, onde os dois deveriam ter desembarcado no último domingo (5), porém, a dupla não chegou ao destino.
Segundo o assessor jurídico Yura Marubo, Bruno era conhecedor da área, tanto por vias terrestres quanto por vias fluviais, e por isso, precisaria ter saído com uma equipe maior, uma vez que já havia recebido ameaças. O Vale do Javari é uma área de conflito que envolve garimpeiros, madeireiros, e até tráfico de drogas.
Ele relatou ainda, que logo que houve a informação sobre a falta de contato da dupla, uma equipe da Univaja foi enviada para fazer buscas na área, fazendo todo o percurso que Bruno e Dom teriam feito, mas não foi encontrado qualquer sinal da passagem dos homens. A partir de então, foram acionados os órgãos de segurança, que segundo Yura, chega em uma hora tardia.
Yura falou que Bruno já havia sido ameaçado diretamente, e relembrou de um outro colaborador da Funai, Maxciel Pereira dos Santos, morto com dois tiros na cabeça. Ele tinha chefiado por cinco anos a coordenação da Funai do Vale do Javari. O crime aconteceu em 2019.
O assessor relatou ainda, que não há presença ambiental, e que por isso, os funcionários acabam fazendo o papel dos agentes, fazendo com que as bases sejam atacadas por criminosos. “O Vale do Javari não é para amadores”, relatou.